Brasileiro é escolhido entre 4000 candidatos para curso na Austrália

“Não deves acreditar nas respostas. As respostas são muitas e a tua pergunta é única e insubstituível.” Mario Quintana

Daniel Miguel Melo é o escolhido para curso na Austrália

Daniel Miguel Melo é natural de Belo Horizonte, tem 28 anos e nasceu no dia 21 de janeiro de 1989. Essa poderia ser uma história comum não tivesse sido ele escolhido entre mais de 4000 candidatos para apresentar as suas ideias em um dos cursos de tecnologia e inovação mais renomados do mundo. Formado em Publicidade e Propaganda pela Newton Paiva, trabalhou como Gerente de Marketing, em empresa de eCommerce, canal de televisão, agência de publicidade, rádio, abriu suas próprias empresas e hoje é o principal responsável pelo funcionamento da Resultam, empresa especializada em consultoria para marketing. Muita experiência para pouca idade, daí começa-se a entender o fato de ele constar entre os 77 selecionados, sendo dos únicos brasileiros. Logo abaixo, na entrevista, o próprio Daniel explica um pouco de seus passos e como esta experiência poderá se concretizar e trazer benefícios que vão além de uma só pessoa. Nessas horas é sempre bom ouvir quem faz.

Entrevista com Daniel Miguel Melo – Brasileiro selecionado para o MIT 2017

1 – Como foi você selecionado para participar de uma competição da escola UDACITY e como ocorreu esse caminho até o GOOGLE?
O diretor da Udacity na América Latina Carlos Souza enviou um email para todos os alunos brasileiros da Udacity perguntando quem se interessava em ir aos Estados Unidos representar o Brasil pois eles tinham um ingresso do Google I/O 2016 para dar a um aluno, como todos responderam que tinham interesse, ele solicitou que nós enviássemos um vídeo de 1 minuto que seria julgado pela equipe da Udacity na Califórnia. Eu fiquei em 1o lugar, com 74% dos votos! J Foi incrível a experiência no Google I/O conheci muita gente inteligente e amigável lá, por ser uma conferência voltada a desenvolvedores muita coisa nova é lançada e atrai também diretores de várias multinacionais ao evento, o conteúdo foi fantástico e até hoje ainda assisto vídeos de algumas palestras pois têm muito conhecimento importante e que podemos aplicar no dia-a-dia.

2 – Resuma para pessoas leigas no que consiste basicamente a proposta que você enviou para o MIT.
A minha proposta é pegar o que já faço hoje como analista de marketing e automatizar utilizando inteligência artificial, assim as análises que hoje são feitas por humanos serão feitas de forma mais minuciosa e ativa. Quando uma empresa anuncia na internet ela deve acompanhar de perto os resultados e são muitos dados gerados que deixam as pessoas sobrecarregadas de informações e assim nem sempre conseguem tomar decisões em velocidade hábil ou de forma acertada. Além disso hoje enfrentamos grande dificuldade de integrar dados de várias plataformas, tendo que em muitas vezes nos render a planilhas de Excel, que apesar de resolverem o problema, muitas vezes dão muito trabalho para atualizar e não darão dados em tempo real.

3 – Quais serão os custos necessários para empreender a viagem e em que aplicará cada quantia de dinheiro que pretende arrecadar pelo financiamento coletivo?
A viagem para Austrália não é barata. O custo de uma passagem para um lugar tão longe custa em torno de 5 mil reais, o curso em si tem um custo de 6 mil dólares americanos que são quase 20 mil reais. Além de custos com hotel, alimentação, vistos e passaporte que juntos devem somar mais 5 mil reais. A campanha tem como objetivo juntar R$ 30.000,00 reais, irei premiar as pessoas que investirem, com brindes, um eBook com as experiências, palestras e consultoria, então em torno de 8mil reais serão custos com estas premiações (que serão entregues depois da viagem) 10% da campanha vai para o site de crowdfunding e o resto eu pagaria os custos da viagem e o que faltasse usaria meu próprio dinheiro.

4 – Qual a importância do empreendedorismo para um país e, especificamente, para o Brasil? E qual a importância do empreendedorismo especificamente tecnológico?
O empreendedorismo é a única coisa que pode transformar uma sociedade, basicamente tudo que utilizamos de serviços e produtos depende de alguém empreendendo de algum lado, inclusive no âmbito social. Empreendedorismo não muda só a vida de quem empreende mais de todos que são utilizadores e beneficiados com um produto ou serviço novo, veja por exemplo aplicativos como Uber e Airbnb que dão oportunidades para quem quer trabalhar e entregam um serviço de qualidade e baixo custo para o cliente. Hoje você pode estudar um curso de Harvard ou MIT através de um website como o Coursera ou edx de graça e estando no Brasil, quer coisa mais incrível que isso? Se não houvesse empreendedorismo nada disso seria possível. O empreendedorismo tecnológico tem um diferencial grande que você não precisa investir muitos milhões para começar algo novo, talvez precise de investir em publicidade isso é fato, mas em geral você vende seu conhecimento, você tem um produto digital que não tem fronteiras, nem frete, nem estoque, nada! Você pode vender para todo o mundo estando de qualquer lugar é incrível! O Brasil precisa de se qualificar mais e ter pessoas empreendedoras não só na liderança das empresas, mas trabalhando nelas também, pessoas que querem crescer e que acreditam que depende só delas para mudar o país. É certo que vivemos crises políticas e econômicas que as vezes nos deixam pouco confiantes, mas se você pensar, antes da nossa geração, outros empreendedores passaram por crises muito piores, onde tínhamos inflação de 4 dígitos e ainda assim muitos deles conseguiram ter sucesso.

5 – Como uma experiência internacional é capaz de agregar novos valores para a sua área de atuação e quais os benefícios pode trazer à comunidade local?
A experiência internacional é necessária, muitos brasileiros vivem isolados em seu pequeno mundo. Meu sonho era que se discutisse tecnologia, negócios, economia e outros assuntos assim como se discute futebol e se fala da novela por aqui. Não é necessário sair do país, aprender o inglês já é suficiente para ampliar a cultura e trazer conhecimento, se eu não soubesse inglês eu não conseguiria ter meu próprio negócio e nem ter tido as experiências que tive, esperar que se traduza o material para que você possa acessar representa um risco não só de demorar para ter acesso ao conteúdo, mas também para em muitas vezes nunca poder acessar tal conteúdo pois ele não será traduzido. Parece que quem fala inglês aqui no Brasil de certa forma viaja para o futuro e está sempre alguns passos a frente.

Conheça a campanha:

https://www.kickante.com.br/campanhas/daniel-m-melo-no-mit-entrepreneurship-bootcamp

Daniel Melo é um dos selecionados para o MIT 2017

Raphael Vidigal

Fotos: Arquivo e Divulgação.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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