Entrevista: Luhli segue na estrada das montanhas

“À noite ouvia vozes e regressos.
A noite me falava sempre sempre
Do possível de fábulas. De fadas.

O mundo na varanda. Céu aberto.
Castanheiras doiradas. Meu espanto
Diante das muitas falas, das risadas.” Hilda Hilst

Luhli

A história de Heloisa Orosco na música brasileira começa mesmo antes dela nascer. Afinal não é qualquer pessoa que é sobrinha-neta de Noel Rosa, nome que dispensa as apresentações. Já com o apelido de Luhli e ao lado de Lucina essa carioca que hoje vive refugiada em Nova Friburgo, no distrito de Lumiar, onde ela carinhosamente chama “as montanhas”, se embrenhou em carreira de sucessos, luzes e experimentações. Sem esquecer, é claro, os tambores que ela ainda fabrica. “Dou oficinas sobre música e cristais, faço presentes musicais e dirijo um coral experimental percussivo que está em plena expansão”, emenda na sequência de um apanhado de projetos e planos.

Um dentre eles chama especialmente a atenção. O lançamento do filme que contará a história da dupla, de Rafael Saar e batizado “Yorimatã”, nome de disco e canção das duas. “Acho que não se deve batizar os sonhos. Criar expectativas é querer programar o futuro, isso pode impedi-lo de ser o que deveria. Prefiro deixar fluir”, analisa a respeito do tema. E acrescenta: “Esse filme é sobre uma dupla que se desfez há anos, eu e Lucina somos amigas, mas cada uma tem a sua vida e carreira. Não gostaria que o filme fizesse parecer que voltamos a ser dupla, isso está fora de questão”, garante. A expectativa de lançamento é ainda para 2014, trailers já circulam na internet.

RECONHECIMENTO
Ainda sobre o longa Luhli diz enxergar nele “um reconhecimento da importância da nossa obra musical, e isso é bom. Música é como dinheiro, tem que circular para ter valor”, compara. Juntas, Luhli & Lucina lançaram seis discos, entre 1979 e 1995, e depois partiram em carreira-solo. Além de colecionaram sucessos em parceria, também estenderam os braços e caminharam juntos a outros artistas importantes de sua geração e da posterior, como Ney Matogrosso, Alzira Espíndola e João Ricardo, outro integrante do grupo “Secos & Molhados”. “O filme pode motivar artistas a gravarem nossas músicas, que é o que todo compositor deseja”, vaticina.

Em relação ao aspecto íntimo da trajetória de ambas Luhli aparenta tranquilidade. “A abordagem da nossa vida pessoal foi feita pelo Rafael Saar de forma verdadeira e delicada, com muita beleza e emoção. Sei que essa história vai causar impacto sobre as pessoas”, aposta. Autora, em parceria com João Ricardo, de dois grandes sucessos do “Secos & Molhados”, “O Vira” e “Fala”, Luhli conta que conheceu Ney Matogrosso em 1963, aos 18 anos, e João em 1971, já em São Paulo. “Eu amava aquela voz estranha do Ney e o fazia cantar, acompanhando no violão. Fizemos isso por mais de sete anos, para o nosso prazer e para cantar nas rodas de amigos que se reuniam lá em casa”.

PARCERIAS
Já João Ricardo, Luhli define como “um adolescente que imitava John Lennon e tinha uma boa ideia na cabeça”. “Nos encontrávamos para tocar e cantar juntos, nessa época coloquei letras em algumas músicas dele”, completa. O plano para fugir da ditadura foi o que aproximou ainda mais os dois. “Ele planejava fazer um disco com poemas de cunho social, musicados num estilo pop, bem simples, como uma forma de driblar a censura que imperava há décadas. Sendo poemas já publicados de autores consagrados, a censura não poderia vetar as músicas”, relembra. Faltava o terceiro vértice do triângulo, que Luhli logo empenhou-se em decifrar.

“Ele precisava de um cantor diferente, especial. Então o levei ao Rio para conhecer o Ney, que topou a parada. Algum tempo depois aconteceu a explosão do ‘Secos & Molhados’, e começou minha carreira de compositora de sucessos. Até hoje o Ney costuma dizer que não sabe se me agradece ou se me culpa”, gargalha, com ácida referência à dicotomia da ascensão e queda do grupo que culminou em um rompimento definitivo entre os dois integrantes citados. Retomando para a carreira que teve ao lado de Lucina, Luhli desvia-se do caminho quando perguntada sobre a principal contribuição das duas para a música brasileira. “Assista ao filme e terá essa resposta”, indica.

TRAJETÓRIA
Luhli começou a tocar violão aos sete anos de idade e aos “treze conheci o som de Inezita Barroso e fiquei fã da força daquelas músicas que ela cantava”, revela sobre as primeiras influências. Na década de 1980, ao transferir-se para São Paulo com a parceira Lucina descobriram a viola caipira. “E nos apaixonamos pela música de Renato Teixeira, Xangai, Dércio Marques, Almir Sater, e outros, e passamos a compor nessa linha, ao mesmo tempo em que continuávamos a fazer MPB e pop no violão e a rufar nossos atabaques na raiz africana”, desvenda. A mistura ímpar que diferenciou o som das duas no vasto cenário do período teve diversos motivos.

“Na verdade ouvi de tudo, do clássico ao folclore, absorvi de tudo um tanto e minha obra musical é a amálgama de tudo isso num enfoque pessoal”, conceitua Luhli, que pode se gabar, também, de ter nascido em berço de ouro da linhagem musical nativa. “A família da minha mãe era um clã. Meu bisavô, o Major Barros, criava cavalos de corrida e morava num casarão onde hoje é o boulevard, a rua principal de Vila Isabel. Os filhos iam casando e continuavam a morar ali, criavam-se os filhos todos juntos. Noel casou com uma prima da minha avó e passou a fazer parte do clã”, explica sobre o parentesco famoso com o autor de “Feitiço da Vila”, “Com Que Roupa” e outros clássicos.

DUPLA
Os adjetivos que Luhli escolhe para a família não são de se estranhar, e é possível percebê-los em canções de sucesso da carreira ao lado de Lucina, como “Flor Lilás”, inscrita no Festival Internacional da Canção de 1971, “Me Rói”, “Êta Nóis”, “Primeira Estrela”, “Bugre”, e outras. “Era uma gente brincalhona e musical, rolava violão, cantorias e batuques nas caixinhas de fósforos. Esse ambiente influenciou muito na minha formação musical”, destrincha. Já o fim da parceria com Lucina é visto resignadamente. “Por que as coisas acabam? Porque acabam. A dupla foi acabando. O começo do fim foi a doença e a morte do pai das crianças, Luiz Fernando”, recorda.

O fotógrafo, responsável pela capa do histórico primeiro LP da dupla, viveu um romance e casamento a três com as duas. “Depois disso aos poucos cada uma foi achando seu rumo, seus interesses, até que deixou de ter sentido continuar em dupla. Mas a parceria é eterna”, sentencia. Sobre a originalidade das letras e sons que apresentaram, justifica a importância da arte experimental: “Ora, experimentar!”. E como os assuntos de vida e música não se desgrudam e são sempre muito saborosos, continua: “Minha primeira lembrança musical é música clássica na viola. Eu não despertei para a música, a música sempre esteve dentro de mim. Só faço deixar ela sair”.

CENÁRIO
Luhli não se faz de rogada quando o assunto é tido como polêmico ou forte, e com a habitual sinceridade e discernimento, avalia o atual cenário da música brasileira sem dar bola ao “politicamente correto” ou ao filão do “senso comum”. “As pessoas questionam onde foi parar a verdadeira música popular brasileira, dizem que não há mais compositores como antigamente. Não sabem que há centenas de nós, fazendo boa música e sem espaço na mídia, como menestréis, cantando só para amigos, vendendo CD´S independentes de mão em mão”, denuncia, e não para por aí. “A mídia, que nasceu para divulgar a arte, se tornou um fim em si mesma”, contesta.

As consequências desse modelo operacional são óbvias e desalentadoras na visão da artista. “A arte sobrou, ficou fora da engrenagem do show bizz, da fabricação em massa de músicas-chiclete, mastigadas, logo cuspidas e avidamente substituídas por outros chicletes musicais. Isso não tem nada a ver com música popular brasileira”, opina. Para Luhli “música de verdade é a que alimenta a alma, faz a cabeça, comove o coração, vira símbolo de uma época, entra pelos poros, une as pessoas num mesmo uivo de alcateia feliz. E, com o tempo, fica cada vez melhor”. Luhli certamente é parte deste clã também. “Existe por esse Brasil afora uma riqueza enorme de manifestações populares”.

BRASIL
O elogio ao Brasil é completo com exemplos bem aos ouvidos e às mãos de nossos conterrâneos. “Festas e folguedos com infinita variedade de ritmos, tanto mais ricas quanto mais pobre é o povo. Com todo o massacre da televisão estão lá resistindo, vivos e pulsantes, os reisados, os bois, carimbós, xotes e cirandas”, enumera. “Mesmo nas cidades o samba prolifera, imbatível, nos churrascos, nas lajes e nas rodas de fundos de quintais. Não se trata, portanto, de uma escolha do público, mas de uma jogada despótica de um capitalismo enlouquecido ao ver fugir do seu domínio os lucros extorquidos dos artistas pelo advento da Internet, que abre portas para outro futuro”, esclarece.

A receita para o atual momento serve tanto aos novos artistas quanto aos antigos, desde que a alcunha seja genuína. “Sem se conseguir ganhar a grana que não rola por consequência disso tudo, a vida fica muito mais difícil. Então é salve-se quem puder. Nessa hora nada é contra entrar num negócio de pão de queijo, ou qualquer forma de sobrevivência digna, desde que não corrompa nosso prazer de ser música”, avisa. “Isso é que a gente não pode deixar acontecer. O importante agora é resistir, confiando num renascimento que venha a por fim nessa ‘Idade Mídia’”, ironiza. “O ato criativo traz no seu bojo a essência do sagrado. A alegria da chegada de uma música nova é um sopro de esperança”, encerra.

PRAZER
Como uma criadora sensível e intuitiva, Luhli traz alguns ensinamentos aprendidos com a vida e a relação que desenvolveu esses anos todos junto à natureza. “O importante é não perder o acesso a nós mesmos que só o prazer criativo traz. Envelhecer não tem de ser esmorecer. O grande desafio é ser fiel a si mesmo, ao seu genuíno prazer e não à sua amargura”, certifica.  Além do mais, alguns músicos preferidos a ajudam nessa missão. “Gosto de amanhecer com os clássicos, Mozart, Chopin, Fauré, Rachmaninoff, Brahms. Ouço sempre das damas negras do blues, todas elas, também Joni Mitchel e as cantoras dos anos 70, Carole King, Janis Joplin”, cita.

Na ala masculina elege “Cat Stevens, Ray Charles, amo Beatles. Ouço muito o uruguaio Jorge Drexler”, e retorna para as mulheres. “Também a cantora da ilha de Cabo Verde, Sara Tavares. E também música céltica. Ah, e o piano de Keith Jarret. Aprecio os bons instrumentais clássicos e populares no violão, e a viola de Almir Sater e de Ivan Vilela. No meu som tem um Brasil inteiro, na maioria alternativos, de Dércio Marques a Glória Bonfim, da chula de Roberto Mendes até a força amapaense de Patricia Bastos, a música amazônica de Nilson Chaves”, esbalda, sem esquecer a referência a algumas colegas. “Das cantoras brasileiras estou sempre com Joyce, Ceumar, Céu, Rita Ribeiro”.

ARTE
Como o assunto é vasto e a qualidade idem, Luhli desfia outras cartas. “Lucina, é claro, Tetê Espíndola. Tem horas de ouvir Mart’nália e horas de ouvir Leny Andrade. Sou tradicionalista, gosto de ouvir os discos antigos de Gil, Caetano e Djavan. Amo a música pantaneira, todos eles, especialmente Guilherme Rondon. E de São Paulo ouço Zé Miguel Wisnik, Rubi, Alzira E, Ná Ozetti, Luiz Tatit, Itamar Assumpção. E ouço raiz, folclore, música étnica do mundo inteiro, cantos sufis, kalimbas africanas, reisados e bois, reggaes e hula hulas. Tem hora pra tudo que for música boa”, exalta. O mesmo vale para outras artes. “Leio de tudo, curto muito Isabel Allende”, declara.

Ainda nessa seara Luhli diz que adora “os contos de Machado de Assis até Saramago. Poesia eu bebo em Fernando Pessoa, degusto a verve do jovem Arruda, passeio por Paulo Leminski e aprecio Adélia Prado, me divirto com cordel e faço versos a granel”, brinca. Sétima arte ela tira de letra. “Cinema? Me emociono com Almodóvar, divirto-me com comédia italiana e Woody Allen, e amo o humor inglês. Não curto filmes de guerra, vampiros, terror, suspense, nem os americanos ‘água com açúcar’. Gosto dos musicais americanos antigos, dos alemães dramáticos em preto & branco, dos filmes herméticos de Bergman e da lentidão de Fellini”, avaliza.

ENCANTO
Luhli não se envergonha do lado infantil, pelo contrário expressa-o com a franqueza das peripécias musicais. “Como já sou velha e estou voltando à infância me entretenho e me encanto com os bons desenhos animados, como “A Era do Gelo”, “Avatar” e amo os hobbits”, diverte-se. No campo das artes plásticas o gosto pelo belo prevalece. “Convivi por anos com um incrível fotógrafo de arte, me interesso sempre por fotografia. Cresci apreciando Da Vinci e Michelangelo, a pintura e a escultura me emocionam sempre”, confidencia. “Aprendi a pintar com a obra de Van Gogh, Gauguin, Salvador Dalí, passando pelos desenhos de Escher”, revela outro dote.

E não se esquiva de outra arte dramática. “Gosto de teatro, mas detesto peça chata, não tenho a menor paciência, vou logo embora. Desde que vim morar nas montanhas perdi contato com peças e shows. É uma perda, mas não se pode ter tudo. A opção de uma melhor qualidade de vida, ar puro, água limpa, e um convívio humano sem stress é fundamental pra minha felicidade. Aqui, nesse pequeno vilarejo onde moro, estou construindo uma história com minha música, fazendo as pessoas cantarem. Sou feliz, aqui. Não poderia suportar voltar a morar numa cidade. Certas escolhas na vida são irreversíveis”, acredita. E retorna ao assunto anterior. “Gosto de tudo que é verdadeiro”.

PLANOS
O ano de 2014 promete muitas conquistas para Luhli, principalmente no que depender dela. “Aproveitando essa onda de visibilidade causada pelo filme, estou em vias de lançar um CD autoral, depois de anos sem gravar”, anuncia. O último álbum da entrevistada é de 2006, cujo título é o nome da artista, posto no mercado pela “Atração Fonográfica”. “O CD está chegando da fábrica essa semana, se chama ‘Música Nova’, é todo de músicas inéditas e inteiramente produzido por mim”, detalha. Como se não bastasse Luhli pretende lançar ainda esse ano o primeiro romance. “Se chama ‘Filho de Peixe’, e tenho prontos para lançar um livro de poesias, ‘POEMIDEIAS’, e outro infantil, cujos poemas são ilustrados por mim”, diz. O infantil é inspirado na música ‘O Vira’.

Com a antiga parceira, Lucina, Luhli organiza “um projeto grande, a caixa com todos os discos e um DVD da dupla, além de um songbook em anexo, para concorrer ao apoio dos editais culturais”, avisa. “Tenho outro romance pronto e muitos contos e poemas esperando publicação. Em fase de elaboração tenho um calendário”, sublinha. “Fiz a trilha sonora e a direção musical da peça ‘Prometéia’, que irá seguir em turnê pelo Brasil a partir de junho. De vez em quando faço shows nas cidadezinhas dessas montanhas. E componho sempre. Tá bom ou quer mais?”, quem souber que responda à sentença de Luhli. Que ainda elege a música mais famosa da parceria com Lucina: “Bandolero”. Ouça.

DUENDES, FADAS & GNOMOS
Para Luhli não existe uma música mais ‘bem acabada’, esse termo limite, em sua discografia. “O que você quer dizer com isso? Quer dizer bem sucedida? Ou a mais bonita?”, propõe a reflexão. “Bonitas são tantas, gravadas e inéditas, amo todas, cada uma representa um momento, cada uma tem sua espécie de beleza”, infere. “Se quer saber sobre sucesso as mais conhecidas ainda são as que foram gravadas pelo ‘Secos & Molhados’, ‘O Vira’ e ‘Fala’”, percebe e em seguida acaricia cada uma. “‘O Vira’, essa musiquinha tão simples é a que mais me deu retorno financeiro, tem mais de 40 gravações e é sempre usada em filmes, peças e na TV”, constata.

“Acho que o povo pequenino, os duendes, fadas e gnomos abriram para mim o caminho até aquele pote de ouro, aquele que existe no fim do arco-íris, e fizeram com que essa música me dessa condição de continuar a compor de maneira genuína, verdadeira, de qualidade”, agradece mística. “Enquanto ‘O Vira’ me sustenta e abre os caminhos, a música ‘Fala’ me dá prestígio. Esteve na trilha de duas novelas da Globo, é cantada por gente famosa como Marisa Monte, Zeca Baleiro e Zélia Duncan, além de Ney Matogrosso”, diz vaidosa. Que a música de Luhli continua iluminada e iluminando seres destas e de outras montanhas. Que ela segue na estrada.

DISCOGRAFIA
1965 – Luli
1972 – Flor Lilás (com Lucina)
1978 – Luli & Lucinha (com Lucina)
1982 – Amor de Mulher, Yorimatã (com Lucina)
1984 – Êta Nóis (com Lucina)
1984 – Timbres Temperos (com Lucina)
1991 – Porque Sim, Porque Não (com Lucina)
1995 – Elis & Elas (com Lucina)
1996 – 25 Anos (com Lucina)
2002 – Todo Céu Para Voar (com Betti Albano)
2006 – Luhli
2014 – Música Nova

Luhli-entrevista

Raphael Vidigal

Fotos: Divulgação.

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6 Comentários

  • maravilhoso!!!!!!!!!além de parceira, sou fã de Luhli. agora estou ficando sua fã tb, Raphael. bjs!

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  • Bom demais, Rapha. Amo Luhli …e Lucina. Já te contei que a minha estreia na noite há quase 30 anos foi num show onde eu cantava Luli e Lucina, Tetê e outros artistas lado c….Pois é, e já li sua entrevista. Muito bom e estou ansioso pra assistir ao filme dessas feras. Obrigado mais uma vez por esta bela sacada.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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