“poema na página
mordida de criança
na fruta madura” Paulo Leminski
não vou entrar
no jogo dos capangas
prefiro oferecer uma, duas, três,
quatro bananas
ou até, quem sabe
uma maçã no escuro.
Mistério
Eu não posso desvelá-lo por inteiro
Eu não quero
Há de haver algum lugar
Para o mistério
Não assumo o papel de detetive
Nem existe
Uma resposta
Que por si só, seja falsa
Verdadeira
Ou sublime
Essa existência absurda não serve pra nada
A não ser pelo susto da vida!
Tarde
Ðeclarado
∫mportante
Åpós a morte
Noite.
Mímica
Gosto de chafurdar por amor a essa palavra.
Muito mais bonita do que a água, “insípida”.
Por isto enquanto você “lago”
Eu em charco.
Lá vai o rapagão cheio de vida
Acreditando
Que há luz ainda
A pele murcha, os olhos cegam
Vá
Que algum músculo se eleve
Poemas de Raphael Vidigal.
Ilustrações, feitas especialmente para essa coluna, por Cristiano Bistene.