“Se tem uma coisa que detesto nesse mundo são as festas obrigatórias em que as pessoas choram porque estão alegres” Gabriel García Márquez
Lá vem o mineiro distinto de Caxambu, rodando uma bengala da tradição francesa, com o sotaque apaziguado de bobo da corte. Engana-se quem julga a primeira aparência e não confere a peruca, o sujeito dito é um lorde, mímico das canções que não dispensa a fala e os gestos para acrescentar riquezas ao que canta e salienta.
Ivon Curi, assim meio discreto, meia cachaça, meio pão de queijo, firmou-se como um dos grandes nomes da era de ouro do rádio por saber explorar o que tinha de melhor, e mais, encontrar praticamente um nicho virgem à sua espera. Ali, no território da sátira, da brincadeira, e da impertinência charmosa, ele conquistou milhares de fãs, ouvintes assíduos, clamorosos por sua presença, enfim, fez o que se esperava de um grande artista: plantou a semente da eternidade.
Aos que ainda cometem a indecência de não conhecê-lo, cabe ouvi-lo com sabedoria e paciência, passando por peças do quilate de “João Bobo”, “La Vie en Rose”, “Tá Fartando Coisa em Mim”, “Farinhada”, “Me leva”, “C’est Si Bon”, “Escuta”, “O Xote das Meninas”, entre outras. Para o mestre, com carinho, nosso apreço.
Raphael Vidigal
Lido na rádio Itatiaia por Acir Antão em 10/06/2012.
12 Comentários
que maravilha vc lembrar dele!
Showwwwww!
Sou xará dele!
Conheci,gente boa pra caramba!
Parabéns.
Compartilhado.
Valeu Raphael Vidigal. Saudações musicais !!!!
Viva mesmo!!!!
Sempre é bom lembrar!!!!!!
Uma época de muito glamour.
os melhores cantores já estão no céu!!!!!
A primeira vez que escutei Ivon Curi foi ouvindo-o em programas de rádio. Quando chegaram os filmes “chanchadas”, não perdia nenhum. Em alguns deles, o Ivon interpretava papéis diferentes. Divertido! Cantando, encantava!! Ainda tenho vários LPs dele. Muito boa a lembrança…!!