“A graciosa besta humana perde o bom humor, ao que parece, toda vez que pensa bem; ela fica ‘séria’!” Nietzsche
Para se ter uma ideia da força de Jerry Lewis basta uma estória verídica contada por Orlando Senna, à época diretor da “Escola de Cinema” cubana. Diz o brasileiro que embora a “linha dura” do regime fosse terminantemente contra, o governo decidiu por permitir a exibição de um filme do ator e humorista norte-americano, mas tomou as devidas providências. “Como era uma comédia deslavada, instruiu os militantes a lotarem as salas, mas com uma condição, que não rissem durante todo o filme, pois desta forma a atração ficaria desmoralizada”, recorda e completa que estes se esforçaram sinceramente para conter a atração de cair na gargalhada. Porém, foi em vão.
Natural de Nova Jersey, nascido numa família judaica de descendentes russos, Jerry desfrutou desde cedo da fama, sempre consagrado pela risada. Começou a carreira com Dean Martin, parceria que durou cerca de dez anos. Daí pra frente foi sempre o seu nome que estrelou as comédias designadas como “pastelão” pelo estilo francamente pautado no humor físico, de que Lewis é considerado, ainda hoje, o mestre supremo, copiado e aplaudido por nomes como Jim Carrey e, mais recente, o brasileiro Leandro Hassum, com quem contracenou em seu último filme “Até que a Sorte Nos Separe – 2”, de 2013. O gosto por franquias, aliás, tão comum na carreira de Jerry é outro indicativo da base popular de seu sucesso. Outra faceta que soube explorar foi a de cantor.
Tudo, porém, em Jerry Lewis, vem sempre acompanhado por seu humor, pela gargalhada que tem a mesma força e nível de uma rasteira. Pode vir de baixo, mas certamente o derrubará.
Raphael Vidigal
Fotos: Arquivo e Divulgação.