Letrux: “A prisão do Lula faz parte desse grande golpe em que estamos inseridos”

“Mas ela teve piedade de um covarde tolo,
Alimentou seu fogo,
Manteve suas brasas vivas.
O tempo é o mal.” Ezra Pound

As coincidências rondam a história de Letrux, 37, com Marina Lima. “Conheci a Marina no Hotel Marina”, diverte-se Letrux, ao relembrar o primeiro encontro, em 2008, no bairro Leblon, no Rio de Janeiro. A união musical se concretizou com “Puro Disfarce”, faixa de “Em Noite de Climão” (2017), que servirá de base para o show da dupla no Sarará. “Marina é minha madrinha musical. Amo como funciona a cabeça dela”, afirma Letrux. Preparando videoclipes para todas as canções de seu disco mais recente, a compositora promete gravar o sucessor de “Em Noite de Climão” em novembro e lançar, em breve, o single “Ouro Puro”, gravada por Elba Ramalho em 1989. Na entrevista abaixo, a artista multifacetada fala sobre encontros musicais, as características de sua geração, política, perseguição e censura à comunidade LGBT e defende a libertação do ex-presidente Lula.

1 – O que significa para você dividir um palco e cantar com a Marina Lima?
Marina é muito importante na minha vida, é minha madrinha musical, uma artista que admiro imensamente, amo como funciona a cabeça dela, uma pérola. Ela gravou “Puro Disfarce” no meu disco “Em Noite de Climão” e isso foi um presente!

2 – O mais recente disco da Fafá de Belém traz uma canção sua que fala de tempos doidos e loucos, chamada “Alinhamento Energético”. Como tem visto o atual governo e o que pensa sobre a situação do ex-presidente Lula?
Os tempos que correm são terríveis, de trevas, quando eu era criança, não esperava que fosse ser assim. Jurei que estávamos nos encaminhando a uma liberação maior da mente, é inadmissível a perseguição e o assassinato da comunidade LGBTQI, um horror, horror. Amo o amor, parece bobo dizer, mas sou apaixonada por amor, por histórias de amor, por tudo o que o amor move e causa e transforma. Sou absolutamente contra a prisão do ex-presidente Lula, tudo isso faz parte desse grande golpe, com Supremo, com tudo, em que estamos inseridos.

3 – Você já participou de vários featurings, que são as famosas participações especiais. Na sua opinião, o que unifica a sua geração?
Acho que temos muitos e muitas artistas diferentes na minha geração, há quem prefira um estilo, há quem prefira outro, é bem variável, apesar de haver nichos parecidos, sem dúvida. Mas acho que há uma coragem em se ser quem se é, independentemente de som, estilo. Foram muitos anos de gravadoras cobrindo coisas, jabás sendo pagos, e acho que agora as pessoas se assumem do jeito que são e quem quiser gostar, que goste.

4 – Quais são seus próximos planos? Disco novo à vista, single, clipe?
Sim, anda devemos ter clipes de todo o “Em Noite de Climão”, porque ele é um disco imagético e fico feliz com isso. Vamos gravar nosso disco novo em novembro e lançar no ano que vem. E, sim, há de sair single de “Ouro Puro”, uma música que a Elba Ramalho gravou em 1989 e que eu amo muito.

Raphael Vidigal

Fotos: Mila Maluhy/Divulgação

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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