*por Raphael Vidigal
“Não aprofundes o teu tédio./Não te entregues à mágoa vã./
O próprio tempo é o bom remédio:/bebe a delícia da manhã.
No verde, à beira das estradas,/maliciosas em tentação,
riem amoras orvalhadas./Colhe-as: basta estender a mão.(…)
A arte é uma fada que transmuta/e transfigura o mau destino.
Prova. Olha. Toca. Cheira. Escuta./Cada sentido é um dom divino.” Manuel Bandeira
O Natal se aventura à meia-noite com o som que vem do choro do Menino Jesus. O som de passos que caminham em direção ao Salvador trazendo-lhe oferendas. Os Três Reis Magos presenteiam como graça, agradecimento. É o sinal de devoção àquele que eles acreditam trazer em si a soma da união, dos bons valores, do amor à vida que se espalha em cada grão de areia, ou gota d’água. É o som surdo duma alegria que se vê no rosto de Maria e se faz na contemplação de José. É o som dos animais que permeiam a casa escolhida para nascer o Menino, na simples manjedoura que lhe abriga tal qual sua sabedoria perene. Muito antes do som, há o barulho. Muito antes de castelos, palácios, riquezas, há manjedouras.
Por isso muito antes da neve, dos sinos, das luzes e da barba branca que acolhe o corpo vermelho de um senhor bondoso e carinhoso para com as crianças há a criação da fé ao homem, ao próximo, ao suplício eterno pela caridade pura e desprovida de interesses. Pelo viver em ver o outro viver bem. E alegrar-se pelo outro como a si. Então haverá o som de harpas tocadas pelos anjos, tamborins tocados pelos sambistas e tambores tocados pelos reis magos do axé. Pois lá no início houve o deslumbramento provocado pelo choro do Menino Jesus e o sorriso cândido dos que permaneceram acortinados nele. A isso, comemora-se o Natal.
Noite Feliz (canção natalina, 1818) – padre Joseph Mohr e Franz Xaver Gruber, versão brasileira: frei Pedro Sinzig, em 1912
Bibi Ferreira, aos 94 anos, totaliza igual quantia de carreira. Acredite, com 24 dias de vida, ela estreava no teatro. Na ocasião, a atriz substituiu uma boneca desaparecida instantes antes da apresentação de ‘Manhãs de Sol’, de Oduvaldo Vianna. De lá para cá, interpretou Edith Piaf, deu voz e corpo à palpitante “Gota d’água”, peça de Chico Buarque e Paulo Pontes, além de uma intensa dedicação ao teatro, tanto na direção quanto protagonizando. Em 2012, Bibi lançou “Natal em Família”, pela gravadora “Biscoito Fino”. Recheado de participações especiais, o álbum conta com gente da envergadura de Alcione, Roberta Miranda, Emílio Santiago, e Marília Pêra. O repertório abarca as canções mais conhecidas das festividades natalinas, e como não poderia deixar de ser, lá estão “Sino de Belém”, “Noite Feliz”, “Ave Maria”, “Natal das Crianças”, entre outras. Sobre o sentido da data, Bibi postula-se, vez mais, qual criança curiosa e ávida: “Natal é a possibilidade de renovar os sentimentos entre as pessoas que amamos, é o constante renascer, a celebração da vida e do amor”. Inspirações como as de Bing Crosby, Simone, Frank Sinatra e Joanna não faltaram ao amplo cartaz da artista, mas o que mais a instigou foi “a magia do sonho e do onírico, o lúdico das canções natalinas”, conclui.
Boas Festas (marcha natalina, 1933) – Assis Valente
A canção natalina de maior sucesso nacional em todos os tempos é a triste constatação da solidão feita por um melancólico Assis Valente. Nascido no interior da Bahia, o compositor morava no Rio de Janeiro no Natal de 1932 quando teve inspiração para compor a música. Gravada um ano depois por Carlos Galhardo, com acompanhamento da Orquestra Diabos do Céu, regida e arranjada por Pixinguinha, faria sucesso inúmeras vezes nas vozes de Maria Bethânia, Roberto Carlos, Luiz Melodia e mais recentemente o grupo mineiro Pato Fu. Em versos, Assis Valente declara seu pedido não atendido por Papai Noel, pois para ele a “felicidade é brinquedo que não tem”.
Natal das crianças (música natalina, 1955) – Blecaute
“Natal das crianças” comemora a bonita inocência guardada no canto suave de Blecaute. É com singeleza que ele compõe a harmonia e imita os sinos que aguardam Papai Noel. Na música de 1955, que tornou-se clássica e recebeu mais de 40 regravações, dentre elas a de Carlos Galhardo, a celebração é agraciada com o clima de bondade que merece ter, sob a batuta do espaçoso sorriso branco que ocupa a cara inteira dum negro orgulhoso de simpatia e samba. Blecaute não é Blecaute só no nome artístico. É também na união gostosa de música e sabedoria em uma única risada ao povo. Uma risada sua já é suficiente. Mas ele não se cansa de distribuí-las, como presentes. Ao som de palmas e vibrantes marchinhas, marche General, a banda é sua!
Poema de Natal (Antologia Poética, 1977) – Vinicius de Moraes
Sentado no meio de sua sala, com um copo de uísque na mão, cabelos longos, lisos e grisalhos, lá estava ele, rodeado por amigos que adoravam rir de suas piadas, cantar seus poemas, ouvir suas histórias de amor e tocar as músicas que eram feitas com suas letras. Amigos que sabiam que sem ele aquela comunhão não seria possível. Vinicius de Moraes chamava a todos por diminutivos, como prova de seu imenso carinho. O “poetinha”, como ficou conhecido por conta dessa carinhosa mania, era um reconhecido galanteador, um poeta indiscutível, um letrista que fazia do simples a obra de sua arte, um homem apaixonado que exaltou o amor a vida inteira. Exaltou as mulheres e as belezas brasileiras. Quem poderia dizer que aquele diplomata demitido pelo governo militar se tornaria um dos maiores poetas do nosso país? “Poema de Natal” é a comprovação definitiva, recitado pelo autor sob o acompanhamento do violão de Toquinho, amigo de longa data. O mais que se diga será enfeite ante a vastidão das palavras de Vinicius.
Doralinda (MPB, 1989) – Cazuza e João Donato
“Doralinda” é uma das últimas composições de Cazuza, lançada postumamente, em 1991. Nesta sensível parceria com João Donato, o poeta reflete sobre a existência e propõe para a sua amada as riquezas materiais da vida, que disfarçam o que se quer mostrar de verdade, o real sentimento e sua impalpabilidade. Por isso ele afirma: “Eu queria te dar a lua, só que pintada de verde/ Te dar as estrelas, de uma árvore de Natal/ E todo o dinheiro falso do mundo, eu queria te dar”. Ou seja, prova de que o dinheiro em si, como símbolo, não provoca as desilusões humanas, mas como tudo o que é manipulado, é do seu uso que dependerá a conotação boa ou ruim. Ao fim, Cazuza vaticina: “Eu queria te dar o amor que eu talvez nem tenha pra dar…”. A música foi regravada por Nana Caymmi, o próprio João Donato e Emílio Santiago, e, com singeleza, revela e esconde o real espírito natalino.
Imagens: Desenho de Cândido Portinari; e montagem com as fotos do grupo “Os Novos Baianos”, João Donato, Blecaute, Bibi Ferreira e Vinicius de Moraes, da esquerda para a direita e de cima para baixo, respectivamente.
1 Comentário
Canto de Natal.
E pedido de Oração Natalina para aprovação do Papa Francisco I (O Argentino Jorge Mario Bergoglio).
“Aqui estou para ajudar-vos. Tende confiança em Deus, de quem sou servo” São Nicolau; “Dai a Deus, meus filhos, a glória desse sucesso e Ele é Quem faz as grandes maravilhas”.
Quanto a mim, sou pequenino, me ajude tornar um bom menino (a), para trazer União e Paz e alegria, para a minha família e para todas as famílias também.
Perdoa-me no meu sonho de criança de ganhar um presentinho no Natal, mas concedei- a graça _______________ ajude (ajudai) ao meu papai (Pai) e minha mamãe (Mãe) a ter Saúde e Prosperidade na vida e todas as famílias também.
Aqui todos são bons, no embalo do meu sonho de criança, igual aos Duendes ajudantes de Papai Noel (Nome usado em cada País). Vou me transformar nas Renas para ajudar o (-Papai Noel Nicolau-) conduzir o seu Trenó e levar um presentinho para todas as crianças em todos os lugares do Mundo.
Cantando e dançando eu sou RODOLFO (Rudolph) Ponho a Mão no meu Nariz vermelho eu olho Prá-la e Poracá (Prá-ca) em todas as direções, Com Luz do meu Nariz vermelho ilumino o caminho,
Correndo de um lado para outro eu sou CORREDORA (Dashe);
Dançando eu sou DAÇARINA (Dancer);
Eu empino pro um lado por outro lado eu sou EMPINADORA (Prancer);
Eu sou Eu sou RAPOSA (VIXEM) fico esperto (a) abaixo e levanto até o chão;
Eu sou COMETA (Comet) e corro bem rápido para todos os lados;
Eu sou CUPIDO (Cupid) e abraço a todos;
Eu sou TROVÃO (Doner). Levanto o Braço ate meio e abaixo gritando TRONNNNNN
Eu sou RELAMPO (Blitzln); Ponho dois dedos no Coração e levanto braço pulando grito Sssssssssp;
E assim vou ganhar meu presentinho e todos também.
Compositor: Todas as modificações na Composição de Letra da Musica para adaptar aos diversos instrumentos musicais ou estilo de Cantos ou Partituras Cifradas de Musicas deverão citar a origem o nome do autor:Carlos Francisco Lobato
Obs.: Promoção; Enviar um E-mail para: [email protected] e receberá Musica gratuitamente.
Atuo, principalmente, em Belo Horizonte – MG e Regiões.
Trabalho animando festas e eventos;
Tel.: (31) 98889-1229
Carlos Francisco Lobato
Ou PAPAI NOEL. ; Em sua CASA. 1 + ou – HORAS DE EVENTO.
Ao preço R$ 150,00 Reais.
Fim da conversa no bate-papo
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