5 humoristas brasileiros que perderam a graça

*por Raphael Vidigal

“auras que já se foram
grato pela graça
a graça que eu acho
em tudo que fica
por tudo que passa” Paulo Leminski

Com um humor assumidamente escatológico e autodenominado “o maior whatsapper do Brasil”, Nego Di está prestes a ser eliminado do Big Brother Brasil 21 com uma rejeição raramente vista no programa. A postura do comediante dentro da casa desagradou aos fãs e rendeu a ele mais críticas do que elogios. Assim como Nego Di, outros humoristas brasileiros passaram por situações parecidas no país, mas por motivos bem diferentes, com direito a investigação e condenações na Justiça em razão de comportamentos ofensivos e criminosos. Parece que o “Dia da Maldade” de Nego Di se virou contra ele e outros colegas.

Rafinha Bastos
As polêmicas recentes em torno de humoristas brasileiros começaram pra valer em 2011, quando Rafinha Bastos se envolveu num atrito com a cantora Wanessa Camargo. À época integrante da bancada do CQC, ao lado de Marcelo Tas e Marco Luque, Rafinha fez um comentário ao vivo sobre a gravidez de Wanessa, dizendo que “comeria ela e o bebê”, em uma fala de conotação sexual que ele alegou se tratar de uma piada. Não adiantou, o humorista foi retirado do programa e, em seguida, pediu demissão da Band. Fora das telas, ainda teve que lidar com um processo judicial movido por Wanessa, que se sentiu ofendida.

Danilo Gentili
Outro egresso do CQC surgido no stand-up comedy, Danilo Gentili ganhou projeção nacional e passou a comandar um programa de entrevistas na Band, intitulado “Agora É Tarde”. O sucesso da atração despertou o interesse de Silvio Santos, que levou o humorista para o SBT, onde ele começou a apresentar o “The Noite”, com o mesmo formato. Na nova emissora, recebeu, em 2017, uma notificação extrajudicial da deputada Maria do Rosário, do PT. A reação foi pior do que a encomenda. Gentili esfregou o documento nas partes íntimas e desferiu xingamentos contra a deputada, o que lhe rendeu condenação criminal em 2019.

Carioca
Márvio Lúcio, conhecido como o personagem Carioca, do programa “Pânico”, nunca escondeu o apreço pelas posições do presidente Jair Bolsonaro. Em março de 2020, a aproximação se tornou ainda maior quando, a convite do mandatário, ele se fantasiou de Bolsonaro e, ao lado do imitado, recebeu a imprensa em uma espécie de cercadinho instituído pelo presidente no Palácio da Alvorada. Na pele da personagem, Carioca não se satisfez em apenas imitar os trejeitos típicos do presidente, mas reproduziu o próprio comportamento agressivo e de intimidação à imprensa, oferecendo bananas ao repórteres locais.

Marcius Melhem
Depois de surgir na Globo ao lado de Leandro Hassum em um quadro do “Zorra Total” que ganhou programa próprio, intitulado “Os Caras de Pau”, Marcius Melhem passou a galgar passos maiores na emissora. Atuou com Chico Anysio em uma novela e, posteriormente, se tornou responsável pela renovação de programas de humor como o próprio “Zorra”. Foi nessa posição que apareceram as primeiras denúncias de assédio contra o humorista, cuja vítima principal seria a comediante Dani Calabresa. Em dezembro de 2020, uma reportagem da revista “Piauí” revelou detalhes desses possíveis crimes de assédio de Melhem.

Léo Lins
Integrante da bancada de humoristas do programa “The Noite”, comandado por Danilo Gentili no SBT, Léo Lins já havia se envolvido em uma polêmica em 2020, quando foi acusado de preconceito contra a comunidade autista por conta de um vídeo publicado nas redes sociais. Em 2021, a pendenga foi maior, e ele acabou condenado na Justiça por comentários considerados ofensivos contra a transexual Whitney Martins de Oliveira em um evento na cidade de Jacareí, em São Paulo. Para completar, Lins foi acusado de utilizar fotos da transexual sem o consentimento dela, com o intuito de se referir à sua honra duma forma jocosa.

Foto: Globo/Reprodução.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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