10 pioneiras do empoderamento feminino na música brasileira

“Pode existir, existe, mas, excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver, é um absurdo tão grande como querer impedir que o sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar à vontade.” Lima Barreto

Criado pelo educador Paulo Freire (1921-1997) na década de 70, o termo “empoderamento” voltou à baila nos anos 2000. De acordo com uma pesquisa do Google, o primeiro pico de buscas pela palavra aconteceu em junho de 2013, durante protestos que marcaram o Brasil. Em 2016, “empoderamento” ficou em primeiro lugar na lista das palavras mais procuradas. Na música brasileira, o empoderamento feminino não é novidade. Antes da expressão alcançar a fama atual, Rita Lee, Angela Ro Ro, Dona Ivone Lara e outras esbanjavam atitude e coragem. Aproveitamos a comemoração do Dia Internacional da Mulher para relembrar versos de canções que se tornaram emblemáticas.

“Defesa” (1953, de Mirabeau, Vital de Oliveira e Jorge Gonçalves) – com Carmen Costa
“Pouco importa que digam de mim o que quiser
Mas na verdade eu sei honrar o meu santo nome de mulher
Embora você diga a todo mundo que eu não presto
Mas pra ganhar meu pão, eu ganho honesto”

“Resposta” (1956) – Maysa
“Ninguém pode calar dentro em mim
Esta chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar quando foi
E nem quando ela veio
E só digo o que penso, só faço o que gosto
E aquilo que creio”

“Acreditar” (1976) – Dona Ivone Lara (com Delcio Carvalho)
“Acreditar, eu não/ Recomeçar, jamais…
A vida foi em frente e você simplesmente
Não viu que ficou pra trás…”

“Perigosa” (1977, de Rita Lee, Nelson Motta e Roberto de Carvalho) – com As Frenéticas
“Sei que eu sou bonita e gostosa
E sei que você me olha e me quer
Eu sou uma fera de pele macia
Cuidado, garoto, eu sou perigosa!”

“Agito e Uso” (1979) – Angela Ro Ro
“Sou uma moça sem recato
Desacato a autoridade e me dou mal
Sou o que resta da cidade
Respirando liberdade por igual
Viro, reviro, quebro e tusso
Apronto até ficar bem russo”

“Lança-Perfume” (1980) – Rita Lee (com Roberto de Carvalho)
“Me vira de ponta-cabeça
Me faz de gato e sapato
Me deixa de quatro no ato
Me enche de amor, de amor”

“Atrevida” (1980, de Ivan Lins e Vitor Martins) – com Simone
“Estou mais atrevida
Tô cheia de vida
Você não me provoca
Nem quando me toca
Agora eu tenho é fome
De homem que seja feliz”

“Gata Todo Dia” (1981) – Marina Lima (com Léo Jaime e Tavinho Paes)
“Eu sou uma gata e não gosto de água fria
Pega logo no meu pelo, seu carinho me arrepia
Não quero água, tomo banho é de lambida
(…) Madrugada é que me atiça…
Não tenho dono, mando na minha cabeça”

“Tão Beata, Tão à Toa” (1981) – Naïla Skorpio (com Guto Graça Mello)
“E no calor dessa magia/ Eu sou fera, fico bela
E me escorrego no teu corpo/ E vendo a alma ao diabo
Só pra sentir o teu gosto/ É que eu mordo, que sopro
Que eu monto e desmonto/ Tão beata, tão à toa
Espelho, espelho meu/ Existe alguém mais louca do que eu?”

“Beat Acelerado” (1985) – Banda Metrô, com Virginie Boutaud
“Meu amor se zangou
De ciúme chorou
Não quer ficar mais ao meu lado
E hoje eu sigo sozinha
Sempre no caminho
Solta e apaixonada”

Raphael Vidigal

Fotos: Museu da Imagem e do Som/Divulgação.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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