Show: Wilson Souza

Músico apresentou repertório do novo disco no Conservatório UFMG

Contas a pagar

O desconhecido quase sempre gera desconfiança. Suspeita e medo que logo se desfazem aos primeiros acordes tocados no violão dedilhado por Wilson Souza, catarinense que há três anos trocou os mares do litoral pelas montanhas de Minas. E diz adorar Belo Horizonte, sendo que é possível acreditar pela espontaneidade e ânimo com que conduz o espetáculo.

Primeiro apresenta ‘Mulher’, para em seguida colocar na roda a música que dá nome ao show, a hipnotizante ‘Contas a pagar’, nome espirituoso que justifica a levada apreciada por seu condutor. Interrompendo a parte meramente instrumental, chama ao palco o primeiro convidado.

Guilherme de Marco auxilia com violão de luxo a atravessar o samba ‘Agora eu vou’ sem maiores percalços. O que não é tão possível na sorrateira ‘Paradoxo’, de bela instrumentação, mas letra pouco inspirada.

Na seqüência a platéia é brindada com uma das melhores performances da noite, com o adendo do fabuloso gaiteiro Guto Grandi ocorre um grande momento. A primeira música tocada pela dupla tem letra e melodia capazes de despertar as melhores sensações, infelizmente quebrada na aventura de mostrar ‘Medo’.

Philippe Lobo é o penúltimo convidado a subir ao palco, carregando o poderoso violão que fará companhia a Wilson na viagem por ‘Se é nesse mundo’ e ‘Sabará’, dois temas instrumentais de sublimação para ouvidos que procuram candura.

Sem que o violonista deixe o território, o flautista Lourenço Marques aparece com clarinete que rugeno gosto da tumba um som agradável e grave, sobrepujado pela voz e letra que dita o ritmo da canção ‘Sofá’, uma ironia com os tempos apressados dos dias atuais. Aliás, se destaca como a mais divertida e empolgante canção da apresentação.

Por fim, o roteiro claudicante abandona a convalescência de alguns momentos em seu sonoro e refinado encerramento, abalizado pelo talento para a instrumentalização que tem o bardo e improvável desconhecido Wilson Souza. Quem sabe um dia ouçamos apregoarem teu nome em cartazes e interfones. Nunca é demais imaginar.

músico catarinense

Raphael Vidigal

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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