Marchinha tem refrão “O Lula tá livre, babaca”; Ouça

“Um teatro do qual não se pode rir, é um teatro do qual se deve rir. Gente sem humor é ridícula.” Brecht

Depois de passar 580 dias preso em Curitiba, o ex-presidente Lula foi solto no dia 8 de novembro de 2019, em uma sexta-feira que se tornou histórica para os brasileiros. Primeiro metalúrgico a ser eleito ao posto mais alto da República no país, o petista deixou o cargo com 87% de aprovação e ajudou a eleger Dilma Rousseff como sua sucessora. Com a prisão de seu líder mais popular, a esquerda passou a empunhar a bandeira “Lula Livre”, que ganhou a adesão de autoridades internacionais, como Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, Alberto Fernández, presidente da Argentina, e até do Papa Francisco, que, discretamente, recebeu uma camiseta com a imagem de Lula.

Durante a campanha eleitoral de 2018, o senador Cid Gomes, irmão de Ciro Gomes, presidenciável pelo PDT, se estranhou com apoiadores petistas e disparou: “O Lula tá preso, babaca!”. Da prisão, Lula reagiu com bom humor em uma entrevista, ao dizer: “Eu sei que estou preso, só não precisava chamar os outros de babaca”, e riu. Com a libertação do ex-presidente, o bordão se inverteu. Para completar, o documentário de Petra Costa sobre o impeachment de Dilma, “Democracia em Vertigem”, foi indicado ao Oscar. Os compositores Bento Aroeira e Rubinho do Agogô criaram a marchinha “Pé na Jaca” inspirados por essa trama. A interpretação é de Julie Amaral. Ouça!

Pé na Jaca
(Bento Aroeira e Rubinho do Agogô)

Havia um sábio povo que dizia lá atrás:
“Prendam o profeta e deixem solto o Barrabás!”
A história se repete como farsa…
A Lava-Jato já está vazando graxa!

Chegou a hora de escrever em mandarim
Chegou a hora de enfiar o pé na jaca
Com o perdão do latim…
O Lula tá livre, babaca!

Na arca de Noé
Tinha um marreco e um jumento
Um segurando a ré
O outro assoprando o vento…
Para ajudar o capitão
Os dois puxaram juntos o tapetão!

Chegou a hora de escrever em mandarim
Chegou a hora de enfiar o pé na jaca
Com o perdão do latim…
O Lula tá livre, babaca!

E parecia que tudo acabava assim
Mas veio uma vertigem quase no fim
Com a Dilma no tapete vermelho
A democracia tá de novo no espelho

Chegou a hora de escrever em mandarim
Chegou a hora de enfiar o pé na jaca
Com o perdão do latim…
O Lula tá livre, babaca!

Raphael Vidigal

Fotos: Divulgação; e Rafaela Felicciano, respectivamente.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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