Linda Batista: Primeira Rainha do Rádio

“E embora meu parco renome,
Minha obra – um dia estival – já teve mecenas:
Primeiro, foi uma rainha;
Depois, uma borboleta.” Emily Dickinson

Linda-Batista

Com um boneco encobrindo a luva, sentado sobre caixote de frutas, o ventríloquo dispersa arte para o mundo. As palavras que ele não diz caem no colo do personagem. Muito da fantasia está no gesto engraçado. Mas é que este homem esconde outro segredo, além da voz despistada. No auditório da rádio Cajuti, programa de Francisco Alves, uma das filhas chega atrasada. É a chance para a outra, Linda, estrear em grande estilo e aplausos. Dali por diante, ela, última a entrar em cena, por ironia do destino, contando com a sorte dos astros, será a primeira.

Primeira Rainha do Rádio, por 11 anos seguidos título de sua exclusividade. Compositora rara, autora de sambas-canção e também cantora eclética, indo do dramático de Lupicínio Rodrigues e Ary Barroso à animação de Wilson Batista, Fernando Lobo e Evaldo Rui, esses últimos os autores da Nega Maluca. Impossível riscar o teu nome da agenda musical brasileira, nenhuma vingança compreende a generosidade de teu talento, Linda Batista, uma canção amorosa e convicta a refratar nossa memória saudosa.

Linda e Dircinha Batista na Revista Manchete 1954

Raphael Vidigal

Lido na rádio Itatiaia por Acir Antão em 17/06/2012.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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