Crítica: peça “Lampião e Lancelote”, com Cassio Scapin e trilha de Zeca Baleiro, oferece atrativos para crianças e adultos

“Se as coisas são inatingíveis
Ora…não é motivo para não querê-las
Que tristes os caminhos
Se não fora a presença distante das estrelas.” Mario Quintana

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Inspirada no livro de Fernando Vilela, a peça “Lampião e Lancelote” é um exercício de fantasia que permite refletir sobre aspectos básicos da trajetória humana. O mítico encontro entre uma personagem real e outra lendária, acentuando-se, no entanto, que ambas tornaram-se parte do folclore de suas terras, é, por si só, interessante. Afinal percebemos que o cangaceiro Lampião e o cavaleiro Lancelote, mesmo distantes em questão de tempo e espaço, e principalmente ideologia, passam por motivos comuns a quase toda e qualquer vida: luta, sobrevivência, revolta, amor, medo, tristeza, alegria, talvez felicidade.

Cenários, luz e figurinos carregam nas tintas, na beleza, nos brilhos, nas mirabolantes reviravoltas, o que certamente encantará a crianças de todas as idades, assim como o texto, simples e didático, seguindo o ritmo e a temática dos cordéis, a fim de angariar menos complexidade e mais divertimento para a fábula. A condução do espetáculo é bem feita por Cassio Scapin, melhor quando tem a oportunidade de utilizar sua veia cômica, assim como o restante do elenco que, embora tenha desempenho desigual, não compromete o andamento, com menção especial para a intérprete de Maria Bonita.

Luciana Carnieli, aliás, protagoniza um dos momentos de maior destaque da peça, quando canta para a feiticeira Morgana, vivida por Vanessa Prieto. Daniel Infantini também vai muito bem na pele de seu caricato Lampião, que tem o trunfo na dança debochada e maliciosa. Com trilha sonora de Zeca Baleiro, a peça, concebida, diga-se de passagem, como um musical, tem nos números cantados os momentos de maior encanto para os adultos. Com ritmo ora indolente outrora safado, na tradição mais típica do forró, e letras referentes ao universo sertanejo e medieval, diz a que veio com a espada ao alto.

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Raphael Vidigal

Fotos: João Caldas

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5 Comentários

  • Ah… sobre a peça do Lancelote e Lampião… muito boa a crítica. Gostei bem de como se colocou “Cenários, luz e figurinos carregam nas tintas, na beleza, nos brilhos, nas mirabolantes reviravoltas, o que certamente encantará a crianças de todas as idades, assim como o texto, simples e didático, seguindo o ritmo e a temática dos cordéis, a fim de angariar menos complexidade e mais divertimento para a fábula. A condução do espetáculo é bem feita por Cassio Scapin, melhor quando tem a oportunidade de utilizar sua veia cômica, assim como o restante do elenco que, embora tenha desempenho desigual, não compromete o andamento, com menção especial para a intérprete de Maria Bonita.”

    É como os cordéis mesmo! acho só q tinha q ter dado ênfase para o cenário e iluminação ricos !!! algo bem tecnológico,

    Resposta

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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