Chico Science liderou o movimento Mangue Beat e revolucionou a MPB

Mangue Beat

*por Raphael Vidigal

“O mal é nada mais que o bem perdido;
Não dói tanto a desdita permanente
Como o não ser feliz, já
O tendo sido.” Bastos Tigre

Caranguejo mola nas patas. Ciência na astrologia. Arte de Chico. Brasil de Francisco. Rios e dunas e santos. Bomba histriônica. História atômica. Maracatu cá tu ma ar. Mangues e circos e dardos lançados nas lamas do caos.

Jorge Mautner & Gilberto Gil. Tropical rock de Cássia Eller. Percussão e toda uma Nação de Zumbi dos palmares, palmeiras, palmas palestra dessa cidade que nos resta computadorizada e imune; degradada e convexa.

“No bico do beija-flor, beija-flor, beija-flor
Toda fauna-flora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte
Tem a arte, tem a arte
E aqui passa com raça eletrônico maracatu atômico”

Tambores concordas de redes de peixes analfabetos calamidades enxugadas no pano de prato da cozinha com fogão e geladeira por ocupar. Saltitas a esmo a lesma borboleta esbofeteada pelo safanão goteja.

Manifesto ao cérebro, cerebelo ao ato, caranguejo carangueja caranguejar caranguejado alado. Re VO loções. Lavo com colônia e dendê de pasta recife de flores típicas nas colinas insônias mares e outros cor a mais corais.

“A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce”

Não cores se te questiono, indago, perco o sono pelo umbigo da parte de cima de baixo de banda de ventas de lado o vento é um bafo na cara na face no rosto dos soldados. Rei dos escravos, com tocha acesa a invocar rebeliões, maldito bendito fruto da desgraça, miséria farta: Chico Science.

“Sonhar é acordar-se para dentro”, já dizia Mario Quintana.

Banda Brasil

“Maracatu Atômico” (Tropicália, 1974) – Jorge Mautner e Nelson Jacobina
O movimento manguebeat deve muito a uma dupla nascida no seio do Tropicalismo. Na década de 70, Jorge Mautner e Nelson Jacobina compuseram juntos “Maracatu Atômico”, com imagens que angariavam para si uma liberdade completa e desbravadora em tempos de ditadura militar. A música foi lançada pelo próprio Mautner em 1974, e regravada por Gilberto Gil no mesmo ano. Mas foi a versão da Nação Zumbi, à época capitaneada por Chico Science, que a levou ao sucesso definitivo, quando, em 1996, ela reapareceu no álbum “Afrociberdelia”, que a apresentou a toda uma nova geração. Os versos poéticos de Mautner combinados à melodia de Jacobina e ao som da Nação foram vitais.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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