Mostra revela arte genuína do mestre mineiro da escultura
Vede o verde em flor? A roçar nos alvos campos, de brancura incolor? Chama-se magia esmeralda, a esmerada música. A que se julgou. Sob o deleite dos homens. Que em meio ao jardim sem flores. Inventaram meios de se re-compor.
Martelo com asa de besouro vira o quê? Vôo cego, casca rija. Árvores e árvores transformadas no corte da madeira que assimila o homem: desejos, angústias, saudades, loucura. Sigla ou iniciais capazes de representar o todo resto do mundo.
Geraldo Telles de Oliveira, escultor genuíno, carpinteiro das formas e vultos e vilas e válvulas da humanidade mestiça, embrenhada, alargada e grudada em si mesma, nas correntes de uma argila simples e janela.
Argila da alma, janela do coração. De um jeito ou de outro, G. T. O. , já com nome artístico, peruca simbolizando a coroa que queriam lhe negar a torto e a direito, desengomou as dobras mesquinhas da cadeira considerada limpa para pés tão sujos.
Pé no chão e mãos para o vento, sacudindo o frescor dos passarinhos foi como aprendeu a tocar no mais duro e eriçar toda a sua moleza invisível. Homem que retira da superfície aparente, a essência mergulhada nas profundezas de um baú cheio de ouro, jóias, diamantes.
Em Divinópolis enxergar sereias, peixes, escavações, Cristos, pobres, ricos, anjos e demônios. E todos interligados, de safanão tocando a cara um do outro, onde sem expressão a soberba dos traços cumprimenta em linhas e dedos a circunferência cíclica colossal diurna noturna gorjeia irrevogável da vida.
Seja nas minhas Gerais ou nas Minas particulares, G. T. O. saliva o sangue puro e pétreo armazenado nos canhões, nos tentáculos, nos porões, nos cortiços, nas cortinas e cavernas do meu nosso dia-a-dia a dia adia ajuda a Judas. “Um dia a árvore dos sonhos inopinados desabou na cabeça do escultor GTO”. Lázaro Barreto
Raphael Vidigal
3 Comentários
Belo texto! Escultor talentossíssimo…Obras lindíssimas. Parabéns, aos dois…
ow, achei loco veio
Agradeço a Fátima e Humberto! Abraços