“É isso mesmo! Exatamente! Dar vida a seres vivos, mais vivos que aqueles que respiram e vestem roupas! Menos reais, talvez, porém mais verdadeiros.” Luigi Pirandello
No cinema, a carreira também foi irregular, com pouco destaque e vários hiatos. Ainda assim, esteve em produções importantes, casos de “Esse Rio Que Eu Amo” (1962), roteirizado por Millôr Fernandes, e “Chega de Saudade” (2008), da diretora Laís Bodanzky. A superficialidade demonstrada em entrevistas se opunha à densidade das personagens encarada em peças como “Seis Personagens à Procura de um Autor” (de Luigi Pirandello) e “Navalha na Carne” (de Plínio Marcos), quando apareceu desfeita da exuberante beleza e interpretou uma decadente prostituta. Já na televisão, não raro era vista como aquela tradicional madame da aristocracia paulista e carioca, em papeis marcados pela futilidade. Talvez por isso Tônia tenha preferido os palcos de teatro, onde sublimava a própria personalidade em prol da investigação do humano. Os 95 anos que viveu contam parte dessa história.
Raphael Vidigal
Fotos: Acervo Funarte/Divulgação.