“Um vento varre o mundo, varre a vida.
Este vento que passa, irretratável,” Carlos Drummond de Andrade
Uma donzela magricela vem tomando a cena sem medo, de assalto, ritmada. Estica a saia, retira o chapéu florido, apresenta-se como distinta dama: guitarra. O condutor, do violão: Toninho Horta.
No encalço, enamorando-se dela, vem um baixo e robusto senhor, de chapéu austero, marrom, retirado da cabeça calva, elegantemente. Apressa-se a pentear os bigodes cinzas, e, então, distingui-se. Ezequiel Lima empunha o contrabaixo.
Meio agitado, agonizando, criança louca, na primavera da idade, solta um rojão, desfaz o espaço, a calmaria, não tem por onde: sair, correr, fugir, temer. É o trombone, alpe dos alpes, fala dos mudos, quem o detém? Pedro Aristides.
E bem de perto, dois se completam, como se um, fosse impossível, de conceber, à espécie humana, mas sendo som, bem os compreendo, pois nesse mundo, dói o abrigo. Então se abraçam, nas diferenças, o bom piano, teclado velho, do abonado, moço Igor Neves.
No interior de todos, bate um bumbo. Marca os passos, Dois Corações, Ave Maria, Cabelos Brancos, Noite Enluarada, Praça Onze, Segredo, Batuque No Morro, contrastes. Herivelto Martins é o homenageado.
Esdra Neném, o dono da bateria, em solos ágeis e fortificantes, conta-nos uma fábula: a vida batia na rebentação, na espuma da correnteza, um tubarão devorava peixes, e remodelava o milagre de Deus.
Raphael Vidigal
2 Comentários
O Toninho Horta é namorado de minha prima Gisela, ela é cantora, mora em São Paulo… Até que ela toca nas rádios mas ainda não fez muito sucesso… mas é excelente cantora e pessoa muito legal…
Eu tenho a honra, de tê-lo Toninho Horta, dirigindo e tocando em meu disco!…Obrigada Senhor, pq já cheguei onde ninguém imaginava, onde ninguém acreditava. mas DEUS, já tinha isso escrito, e não adianta a sua inveja, eu chegarei onde está a PROMESSA DE DEUS, pq nenhuma palavra DELE, nenhuma vírgula, deixa de se cumprir.