10 maiores vendedores de discos do Brasil

“Obras, satisfações, glórias, tudo se esvai e se esbate. Pelos trinta anos, a gente que se julgava Shakespeare, está crente que não passa de um ‘Mal das Vinhas’ qualquer; tenazmente, porém, ficamos a viver, esperando, esperando… o quê? O imprevisto, o que pode acontecer amanhã ou depois. Esperando os milagres do tempo e olhando o céu vazio de Deus ou Deuses, mas sempre olhando para ele, como o filósofo Guyau.” Lima Barreto

Corria o ano de 1982 quando uma invenção abalou as estruturas do mercado musical com promessas de revolução. Na mesma data, Belo Horizonte ganhava uma loja de discos que, a princípio, só comercializava compactos, fitas-cassetes e vinis, já que o tal CD ainda demoraria cinco anos para chegar ao Brasil, mas só se estabeleceria a partir de 1995. Crises de diferentes níveis não impediram Halina Souza de, ao lado do irmão, permanecer à frente da Discoplay: Discos Raros, localizada na rua dos Tupis desde o nascimento. Atualmente o foco da empreitada é justamente o CD, com espaço para o DVD.

1 – Roberto Carlos – 120 milhões
Quem é rei, nunca perde a majestade. Desde 1959 na ativa, Roberto Carlos segue firme no posto de primeiro lugar como maior vendedor de discos do Brasil. Embora sem renovar o repertório, ele segue lançando registros ao vivo dos shows.

2 – Nelson Gonçalves – 75 milhões
O eterno boêmio da música brasileira é, sem dúvida, o mais popular dentre os chamados “cantores de dó de peito”, afeitos à empostação e de enorme extensão vocal. Excetuando-se os compactos, Nelson Gonçalves lançou 15 discos ao todo.

3 – Rita Lee – 55 milhões
Mulher que mais vendeu discos no Brasil, Rita Lee é também pioneira ao adentrar o machista circuito do rock e se tornar líder de bandas como Mutantes e Tutti-Frutti, sem falar de sua carreira solo. Em 2012, ela lançou “Reza”, o seu mais recente trabalho.

4 – Tonico & Tinoco – 50 milhões
A dupla paulista é a mais importante da música sertaneja em termos de vendagem de discos. Juntos de 1930 a 1994, é incontável o número de álbuns colocados no mercado por Tonico & Tinoco, intérpretes de sucessos como “Moreninha Linda”.

5 – Xuxa – 48 milhões
Mais bem sucedida apresentadora de programas infantis da TV brasileira, Xuxa soube aliar a carreira ao lançamento de discos voltados para o mesmo público. O período auge foi na década de 1980, quando lançou franquia com sete trabalhos.

6 – Nelson Ned – 45 milhões
Conterrâneo de Ary Barroso, o cantor de Ubá é o mineiro que mais vendeu discos na história. Conhecido, sobretudo, pelo sucesso “Tudo Passará”, de 1969, Nelson Ned estendeu sua fama para países da América Latina, como Colômbia e Chile.

7 – Chitãozinho & Xororó – 37 milhões
Embora já estivessem na ativa desde a década de 1970, o estouro da dupla Chitãozinho & Xororó aconteceu entre meados dos anos 80 e início dos 90. Ao renovar as tradições da música sertaneja eles acrescentaram molho pop às raízes.

8 – Milionário & José Rico – 32 milhões
Após a morte de José Rico, em 2015, a dupla chegou ao fim. Eles já haviam se separado em meados dos anos 90, e retomada a parceria na mesma década. O maior sucesso permance sendo “Estrada da Vida”, regravada por várias duplas.

9 – Raça Negra – 30 milhões
Formado em São Caetano do Sul em 1983, o grupo Raça Negra é o maior vendedor de discos no segmento do pagode. Liderado por Luiz Carlos, o conjunto já lançou um total de 39 álbuns, entre registros de estúdio, ao vivo e compilações.

10 – Maria Bethânia – 26 milhões
Considerada por muitos a maior cantora do Brasil, Maria Bethânia é dona de um posto incontestável. É, na MPB, a que mais vendeu discos. Para isso contribuíram “Álibi” e “As Canções Que Você Fez Pra Mim”, com mais de 1 milhão de cópias.

Raphael Vidigal

Fotos: Divulgação.