Entrevista: Trio Triz

“Com celeste golpe nos fere
E não lhe achamos a cicatriz,
Apenas uma diferença interna,
Lá, onde jazem os sentidos.” Emily Dickinson

O “Conexão Vivo no Inimá” encerra sua edição 2012 hoje, às 20h, no Museu Inimá de Paula (rua da Bahia, 1.201), com apresentação do elogiado projeto Triz, formado por André Mehmari, Chico Pinheiro e o mineiro Sérgio Santos. Os ingressos custam R$10 e R$5 (meia).

O fato de os três serem compositores, conta Sérgio, teria sido um facilitador da união. “Privilegiamos a criação. A música precisa de uma elaboração harmônica, melódica e rítmica”. No palco, o repertório será basicamente o presente no primeiro CD do trio.

RITMOS DIVERSOS
Com 14 canções, sendo 12 instrumentais, o CD “Triz” (Buriti/Monteverdi) não privilegia gêneros e passeia democraticamente pelo choro, samba, jazz, valsa e música erudita.

Segundo Sérgio, o ecletismo é resultado da própria conformação cultural brasileira. “O Chico é mais ligado ao universo do jazz, enquanto o André tem grande influência erudita. E posso dizer que estou mais próximo da chamada MPB, embora não goste da sigla”.

REPERTÓRIO DO SHOW
O público que comparecer à apresentação poderá conferir os títulos: “Prana, Prana”, “Zonzo”, “Riacho Grande”, “Enluavalsa”, “Cesta de 3” e “Sim”, entre outras – todas de autoria do grupo.

Versões de músicas alheias também prometem rechear o roteiro, mas em menor número. Sobre o encontro de três instrumentistas celebrados, Sérgio confidencia ter surgido de duas ideias que se uniram.

“Tenho uma relação musical estreita com o André há mais de 10 anos. E com o Chico também, embora com menor tempo de convivência. Pensei, inicialmente, em propor um duo com cada um. E da ideia de dois duos, nasceu um trio, que é ainda melhor”. Para o ano que vem, trabalhos individuais dos três devem ser lançados.

Raphael Vidigal

Publicado no jornal “Hoje em Dia” em 18/12/2012.