“Toca minha mão.
Quem fez o amor não vazará meus olhos
porque busco a alegria.
A vida não vale nada, (…)
Olha-me para que ardam os crisântemos
e morra a puta
que pariu minha tristeza.” Adélia Prado
Não é fácil dizer adeus a uma pessoa que conhecemos pouco, ao mesmo tempo tanto. Principalmente quando nos convém dançar, vem à tona alto falantes em auto e bom som, como burro (pantera) cor de rosa recém saída da fornalha. Rainha ditosa.
Quantas foram as voltas que os teus caracóis deram em torno dos meus ouvidos, grudando chiclete chinês olhos tampados de escuro, despertos ao sol irradiador. Igrejas e capelinhas, mesmo as mais entusiasmadas, soaram ineficazes para cobrir o desespero-lunático de teus fãs.
“Lookin’ for a lover who needs another
Don’t want another night on my own
Wanna share my love with a warm blooded lover
Wanna bring a wild man back home”
Era pop acolhe ensandecidas demonstrações de afeto, carinho, amor e idolatria. Das alucinadas às incontáveis investidas incontidas. Inomináveis as loas agregadas durante a passagem. Para quê numerar a arcada dentária radiofônica?
Mais de 32, não confie. Vampira de chupa-sangue, dorso vertigem, arrepio. Nuca, passando e arranhando os dedos naquele ponto nevrálgico que ergue os ossos e põe o gesso na forma, a madeira na serra, galinha no prato, o corpo no corpo da pista.
Leoa de origem, felina negra, garras do azul tempestade, canto amarelo choque-ocre. Invento raio que me parte, nascido duma impressão de pintura. Donna Summer, floreie agora os arco-íris da Via Láctea.
Raphael Vidigal
3 Comentários
O ceú deve estar musical, com tanta diva subindo …
Valeu Raphael Vidigal!!!
Donna Summer já faz falta. Agradeço os comentários. Abraços