“Dance, dance, senão estamos perdidos.” Pina Bausch
Percebe-se que é uma dança quando o movimento das cores explode no quadro. Logo de cara, percebe-se que é uma dança. No entanto a dúvida permanece até o fim do ato. Percebe-se que é uma dança das cores, das tintas, no quadro. Portanto são bailarinos ou borrões de guaxe, acrílica, látex? Entre o azul da Argentina e o vermelho Portugal uma rã Brasil pula em verde, mancha as patas, escorre a língua entre uma perna e outro braço.
E uma cabeça, e quadris e um quadro: cores de véus, de vens, de vais. Aplausos. Risca no sol um chão, que racha. Escondem-se as cores, a luz se afasta, a escuridão é que toma conta. Cai o pendão, anuncia a morte, tão solitária, que ainda dança uma cor covarde. Toda amarela ela ri e chora, ela limpa as lágrimas, ela então implora: que volte o quadro. E então à noite aparece a lua, ainda brilham, milhões de anos, as estrelas mortas.
Pede um intervalo. Para que o novo, a modernidade, então vigore. As cores novas são as antigas, em outras trovas: um vulcão, um raio: tudo explode. A cor que beija recebe tapa. Se todos dormem espanta o fato: a fantasia os envolve e rola: cores, cabelos, vestidos, saias, braços e pelos em ordem vária: não cronológica: não se ensaia: o Ballet Jovem Palácio das Artes pula nos braços da multidão, a dança um quadro: claro e abstrato: pinta Picasso.
Raphael Vidigal
7 Comentários
eu adorei. foi já partilhado .viu??
Q gracinha o texto!!
🙂
gostei! “explode” !!
heheheh
gostei bem!!!
sensacional! 🙂
Bonito!
Que bonito!!!
Bonito mesmo!
Espetacular!!!!Muito bom mesmo.