Rock in Rio 2015: controvérsias e destaques nos 30 anos do festival

*por Raphael Vidigal Aroeira

“(meu rock and roll é o movimento de um
anjo voando na cidade moderna)
(seu obscuro arrastar os pés é o movimento
de um serafim que perdeu
suas asas)” Allen Ginsberg

Passados 30 anos de sua primeira edição, o Rock in Rio 2015 começou as comemorações de sua efeméride com três dias de shows lotados na capital do Rio de Janeiro. Entre atrações nacionais e internacionais destacaram-se o reencontro do antigo casal Pepeu Gomes e Baby do Brasil, rememorando sucessos dos “Novos Baianos”, a apresentação com o vocalista Adam Lambert substituindo Freddie Mercury no “Queen”, o sempre aclamado Elton John, além de bandas de heavy metal como Korn, Metallica, e homenagem para Cássia Eller feita por Zélia Duncan, Mart’nália e outros.

O clima de nostalgia predominou, e diferenças substanciais puderam ser notadas entre um momento e outro. Por exemplo, na primeira edição somente “Barão Vermelho”, que ainda tinha Cazuza à frente de seus vocais, e os “Paralamas do Sucesso”, saíram imunes das vaias e agressões entre as bandas brasileiras que se apresentaram no festival. Herbert Vianna, inclusive, protagonizou uma defesa ostensiva de Eduardo Dussek, que se apresentara antes de sua banda, convidando quem vaiava a trabalhar para subir ao palco no próximo festival. Fato este que não foi privilégio daquele ano.

Em 1991, ao subir no palco acompanhado da bateria da Escola de Samba da Mangueira, Lobão foi alvo e retribuiu os xingamentos do público. Em 2001, Carlinhos Brown pediu paz e recebeu garrafas de água em sua direção. Esses episódios de intolerância cessaram em edições posteriores, que contemplaram, inclusive, a presença de figuras pouco ou nada relacionadas ao rock, como Ivete Sangalo, Cláudia Leitte, Rihanna e Katy Perry. Para desmistificar de vez o próprio nome o Rock in Rio ocorreu em Portugal, Estados Unidos e Espanha. Se a arte é um território livre para experimentações, fica claro, cada vez mais, neste caso, que o show bizz é prioridade, ou seja, o livre mercado.

rihannarockinrio

Fotos: Arquivo e Divulgação, respectivamente.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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