28 mascotes do futebol brasileiro em forma de canções

*por Raphael Vidigal

“um dia, esta página, papiro,
vai ter que ser traduzida,
para o símbolo, para o sânscrito,
para todos os dialetos da Índia,
vai ter que dizer bom-dia
ao que só se diz ao pé do ouvido,
vai ter que ser a brusca pedra
onde alguém deixou cair o vidro.
Não é assim que é a vida?” Paulo Leminski

O Brasil é o país do futebol, mas é também da música popular, reconhecida mundo afora. Tanto é verdade que o jazzista norte-americano Miles Davis cunhou a sentença: “Só existe a música negra americana, a música erudita europeia e a música popular brasileira”. Pentacampeão de futebol, o Brasil de palmeiras onde canta o sabiá é dono de outra tradição: a dos mascotes de futebol. Procuramos esses animais no bojo de canções do repertório nacional, e de lá saíram leões, raposas, cobras, peixes, aves e mais deste caldeirão sonoro.

“Urubu Malandro” (folclore, 1914) – Braguinha
A partir de um tema folclórico da região norte do Rio de Janeiro, Braguinha criou a letra da música “Urubu Malandro”, gravada pela primeira vez em 1914, apenas instrumental. O Flamengo adotou o urubu como mascote em 1969, quando um torcedor soltou o animal no Maracanã com uma bandeira da agremiação presa aos pés. Time mais popular do Rio, o Flamengo tinha em sua massa uma grande presença de torcedores negros, o que levava as torcidas adversárias a chamarem-nos de urubus, em uma demonstração do racismo estrutural do país.

“Seu Jacinto” (marcha, 1933) – Noel Rosa
Cronista habilidoso, Noel Rosa compôs, em 1933, uma marcha que tinha como alvo o sujeito de quem ele, marotamente, tirava sarro: “Seu Jacinto”. A música foi lançada pelo autor em parceria com seu amigo Ismael Silva. Em determinada parte da letra, Noel diz: “O Seu Jacinto é cheio de chiquê/ Eu não sei dizer por quê/ Dorme de cartola e fraque”. Pela fidalguia de seus torcedores, associados à elite carioca, o Fluminense adotou como mascote a figura do cartola, desenhado pela primeira vez pelo cartunista argentino Lorenzo Mollas em 1943.

“Espinha de Bacalhau” (choro, 1936) – Severino Araújo, Fausto Nilo e João Bosco
Nascido no interior de Pernambuco, Severino Araújo, maestro da lendária Orquestra Tabajara, compôs o choro “Espinha de Bacalhau” em 1936, que se tornou o seu maior sucesso. A música ganhou letra de Fausto Nilo em 1981, com uma liberdade tamanha que mal se referia ao título, e depois recebeu novos versos de João Bosco. Fundado por imigrantes portugueses, o Vasco da Gama sempre teve a sua imagem associada à colônia. Por isso, na década de 1960, recebeu do cartunista Henfil o apelido de bacalhau, que caiu na boca do povo e virou mascote.

“O Periquito da Madame” (marchinha, 1946) – Nestor de Holanda, Carvalhinho e Afonso Teixeira
Gravada pelo conjunto Quatro Ases e Um Coringa, “O Periquito da Madame” embalou os foliões no Carnaval de 1946. A marchinha do trio Nestor de Holanda, Carvalhinho e Afonso Teixeira combinava malícia e animação, como de praxe. Símbolo da fauna brasileira, o periquito foi adotado como mascote do Goiás em seus primeiros anos. Conta-se que a ideia nasceu nas arquibancadas do estádio Serra Dourada, onde um torcedor conhecido como Raimundo Baiano costumava gritar “periquito!”, toda vez que o time esmeraldino entrava em campo para jogar.

“Azulão” (modinha, 1952) – Jayme Ovalle e Manuel Bandeira
Nascido em Belém do Pará, Jayme Ovalle foi um sofisticado poeta e compositor cuja obra pertenceu mais ao universo oral que escrito. “Azulão”, modinha de sua autoria, recebeu versos de Manuel Bandeira e foi gravada pela primeira vez em 1952, na voz de Alice Ribeiro. Posteriormente, seria regravada por Nara Leão, Elizeth Cardoso e Maria Bethânia. O pássaro que inspira a cantiga, de destacada pelugem azulada, foi adotado como mascote do CSA, de Alagoas, justamente pela coloração vibrante, tenaz e forte se assemelhar ao uniforme da agremiação.

“São, São Paulo, Meu Amor” (tropicália, 1968) – Tom Zé
Tido como o mais tropicalista entre os tropicalistas, o baiano Tom Zé venceu o 4º Festival de Música Brasileira promovido pela TV Record, em 1968, com a música “São, São Paulo, Meu Amor”, uma ode às avessas para a cidade que ele migrou em busca de oportunidades no showbiz nacional. Os versos ácidos captam a agonia da metrópole de “oito milhões de habitantes/ de todo canto em ação/ que se agridem cortesmente/ morrendo a todo vapor/ e amando com todo ódio”. O santo que dá nome à cidade é, também, o mascote do clube São Paulo.

“Na Linha do Mar” (samba, 1973) – Paulinho da Viola
Paulinho da Viola inicia o samba “Na Linha do Mar” com uma informação que qualquer pessoa que já foi despertada pelo cacarejo do animal conhece: “Galo cantou às quatro da manhã…”. Não é por acaso que o galo é reconhecido como um despertador natural para quem trabalha na roça. Composto em 1973, foi gravado com enorme sucesso pela mineira Clara Nunes, em 1979, e, depois, por Clementina de Jesus. Famoso pela raça, o Atlético Mineiro adotou o galo como mascote para aludir ao espírito aguerrido. Já o CRB elegeu o galo de campina.

“Caça à Raposa” (MPB, 1974) – João Bosco e Aldir Blanc
Formada pelo mineiro de Ponte Nova, João Bosco, e o carioca da gema, Aldir Blanc, essa dupla fez história na música popular brasileira. Dentre tantos sucessos, algumas preciosidades escaparam desse rol. Um exemplo é “Caça à Raposa”, que deu título ao disco de Bosco de 1975, lançada um ano antes por Elis Regina, intérprete soberba. Com a perspicácia de Blanc, a letra narra uma caçada à raposa sem citar o animal que, em 1945, foi adotado como mascote do Cruzeiro em alusão à astúcia do então presidente do time celeste, Mário Grosso.

“O Leãozinho” (balada, 1977) – Caetano Veloso
Em 1977, no disco “Bicho”, Caetano Veloso registrou uma de suas músicas mais polêmicas e fofas. “O Leãozinho” causou estranheza e gerou mistério quanto à inspiração, depois revelada como uma homenagem a Dadi, baixista dos Novos Baianos. O próprio homenageado disse que achava se tratar de uma “música para crianças”. De todos os animais, o leão é, certamente, aquele mais usado como mascote pelos clubes do futebol brasileiro, em que se destacam equipes como Vitória, Sport, Avaí, Portuguesa, Fortaleza, Remo e ainda tantos outros.

“Um Índio” (MPB, 1977) – Caetano Veloso
Também no disco “Bicho”, Caetano Veloso compôs o hino contra o atraso e a destruição que começou a se dar nas terras brasileiras quando da invasão dos portugueses. Para tanto, batizou a canção de “Um Índio”, onde misturava o povo nativo do país a imagens interplanetárias, em uma leitura pop aonde os filhos de Gandhi convivem com heróis do cinema norte-americano como Bruce Lee. Sensação do futebol brasileiro recentemente, a Chapecoense, clube de Santa Catarina que sofreu um trágico acidente aéreo em 2016, tem o índio de mascote.

“Tigresa” (MPB, 1977) – Caetano Veloso)
Uma das músicas mais sensuais de Caetano Veloso, “Tigresa” teve como musa inspiradora a atriz e cantora Zezé Motta, que alcançou o estrelato após protagonizar o filme “Xica da Silva”, de Cacá Diegues, em 1976. “Uma tigresa de unhas negras/ E íris cor de mel/ Uma mulher, uma beleza/ Que me aconteceu/ Esfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o meu”, canta o baiano. A música faz referência direta, em versão feminina, à mascote de clubes como o Criciúma de Santa Catarina e o Vila Nova de Goiás, que se chamam de tigres.

“Berceuse dos Elefantes” (vanguarda, 1978) – Walter Franco
Minimalista, dono de um estilo único dentro da canção popular brasileira, influenciado pela cultura oriental e os haicais de origem japonesa, o construtivista Walter Franco, um dos principais nomes da nossa geração de vanguarda, lançou, em 1978, “Berceuse dos Elefantes”, com a concisão precisa de uma lâmina, em contraposição ao aspecto opulento do animal que o inspira. O elefante foi adotado como mascote pelo ABC de Natal como homenagem a seu Estado, o Rio Grande do Norte, cujo formato se assemelha ao animal grandioso.

“Jardim das Acácias” (MPB, 1979) – Zé Ramalho
Em um álbum mítico e, ao mesmo tempo, bíblico, como “A Peleja do Diabo com o Dono do Céu”, lançado por Zé Ramalho em 1979, não poderia faltar uma canção intitulada “Jardim das Acácias”, e, tampouco, a figura do dragão, que aparece no verso “fui graveto no bico do anum/ vez em quando sou dragão da lua”. O animal mitológico também surge em “Menino do Rio”, de Caetano Veloso, e “Dragão”, de Karina Buhr. Pela força do fogo que expele pelas ventas, foi eleito mascote pelo América de Natal, de camisa vermelha, e o Atlético Goianiense.

“Super-Homem: A Canção” (balada, 1979) – Gilberto Gil
“Realce” é um dos álbuns mais importantes da discografia de Gilberto Gil. Ali está incluído “Super-Homem: A Canção”, que Gil compôs depois de assistir ao filme sobre o super-herói interpretado por Christopher Reeve, por indicação de Caetano Veloso. Ao assistir a personagem girar a Terra ao contrário, pensou que movimento semelhante nos traria a consciência de que “todo homem é mulher vice-versa”. Conhecido como Tricolor de Aço, o Bahia adotou o Super-Homem como a sua mascote, que ganhou uma versão desenhada pelo cartunista Ziraldo.

“Peixe com Coco” (samba, 1980) – Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco
O “Peixe com Coco” da Terezinha é outro prato típico da música brasileira, pareando com as delícias transformadas em verso por Dorival Caymmi. Esse samba composto pelo trio Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco ganhou a voz iluminada de Clara Nunes, em 1980. Por ser um clube praiano, localizado no litoral de São Paulo, o Santos recebeu o apelido de Peixe. Apesar disso, adotou como mascote a baleia, o maior animal do planeta, e que aparece na canção “Mestre Jonas”, gravada por Sá, Rodrix & Guarabyra, em 1973, no disco “Terra”.

“O Porquinho” (infantil, 1981) – Vinicius de Moraes e Toquinho
Em 1970, Vinicius de Moraes lançou um livro infantil baseado na Arca de Noé, sobre os animais que embarcaram na viagem para fugir do dilúvio, através de poemas bem humorados e singelos. Na versão em disco, Grande Otelo gravou “O Porquinho”, de Vinicius e Toquinho. O Palmeiras ganhou o apelido de porco, que depois adotou como mascote, de forma inusitada. Após um acidente de carro que matou dois jogadores do Corinthians, dirigentes do clube foram contra a inscrição de atletas do rival, o que lhes rendeu a alcunha de “espírito de porco”.

“Todo Amor Que Houver Nessa Vida” (rock, 1982) – Cazuza e Frejat
O primeiro disco do Barão Vermelho, de 1982, trazia “Todo Amor Que Houver Nessa Vida”, de Cazuza e Frejat, em ritmo de rock. A regravação suave de Caetano Veloso levou Cazuza a reconsiderar o andamento quando a retomou em 1988. Em um dos versos mais contundentes, ele canta: “Te alcanço em cheio o mel e a ferida/ E o corpo inteiro como um furacão”. Foi em 1949 que o Athletico Paranaense ganhou o apelido de furacão, adotado como mascote, graças à campanha arrasadora no certame estadual. E o Figueirense também é furacão.

“Roda Morta” (balada, 1984) – Sérgio Sampaio e Sérgio Natureza
Sérgio Sampaio foi um desses compositores renegados pela indústria da música brasileira. Depois de estourar com “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, ele caiu no ostracismo e foi etiquetado como “maldito”. O seu último LP em vida é de 1982. Após a morte de Sampaio, Zeca Baleiro resgatou pérolas no álbum “Cruel”, como “Roda Morta”, feita com Sérgio Natureza. “Gaviões bem sociáveis vomitando entre os cristais”, diz um verso. A ave ficou associada ao Corinthians por ser muito comum no campus da USP, onde os seus fundadores estudavam.

“O Trapalhão Super-Herói” (infantil, 1984) – Casinho e Terra Chico Jr.
Cazuza recebeu um convite para participar da trilha sonora do novo filme do quarteto Os Trapalhões, em 1984, que se tratava de “O Trapalhão Super-Herói”, autêntica canção infantil que também serve aos adultos, ao refletir a personalidade irreverente do cantor: “Não levo nada a sério, o que eu quero é pintar o sete/ Enfrento qualquer bicho, até o bicho-papão”. Em 1948, o jornalista Everardo Guilhon começou a chamar o Paysandu de “Bicho-papão”. A alcunha logo se transformou em mascote do time paraense, conhecido como “Papão da Curuzu”.

“O Retorno de Jedai” (MPB, 1984) – João Bosco e Aldir Blanc
As composições de João Bosco e Aldir Blanc não são para principiantes. Atento aos costumes, Blanc é daqueles cronistas capazes de captar do mais sutil ao explicitamente ordinário. “O Retorno de Jedai”, gravado no álbum “Gagabirô”, é, a princípio, uma troça à saga intergaláctica “Guerra nas Estrelas”, mas se desenrola como pitoresco caso de desejo na gestação: “Na cama é um coelho rapidinho, mas tem mais papo do que baiacu”. O coelho é a mascote do América Mineiro desde 1943, criado pelo cartunista Mangabeira em alusão à esperteza.

“Bugre” (rock, 1986) – Luhli e Lucina
Ney Matogrosso entrou para o Secos e Molhados por indicação de sua amiga Luhli, que ele conhecia da época em que se virava como hippie com os seus artesanatos. Ela formaria uma dupla de sucesso com Lucina. Em 1986, elas deram de presente para Ney a música “Bugre”, que deu nome a seu LP daquele ano. A gravação do rock ainda contou com a participação de Arrigo Barnabé. Campeão brasileiro em 1978, o Guarani de Campinas, pela origem indígena do nome, adotou o bugre como mascote para jogar no Brinco de Ouro da Princesa.

“De Corpo Inteiro: Um Nu Artístico” (recital, 1991) – Ivon Curi
Mineiro de Caxambu, Ivon Curi cedo migrou para o Rio de Janeiro em busca de oportunidades para mostrar o seu talento artístico como ator, cantor, dublador e compositor. Irmão do radialista esportivo Jorge Curi, ele estreou, em 1991, o espetáculo “De Corpo Inteiro: Um Nu Artístico”, para comemorar décadas de carreira. Ali, conta histórias cômicas sobre meninos fazendo xixi na rua. A imagem, conhecida como Manequinho, foi adotada como mascote do Botafogo em 1957, quando um torcedor vestiu a tal estátua com a camisa do time carioca.

“Saci” (MPB, 1993) – Guinga e Paulo César Pinheiro
A principal e mais conhecida lenda do folclore brasileiro inspirou uma música da parceria entre Guinga e Paulo César Pinheiro, que, em 1993, compuseram “Saci” para lembrar a história do Saci-Pererê: “Quem vem vindo ali/ É um preto retinto e anda nu/ Boné cobrindo o pixaim/ E pitando um cachimbo de bambu”. O Internacional de Porto Alegre foi um dos primeiros clubes brasileiros a contratar atletas negros, mesmo antes do profissionalismo. Por seu pioneirismo na luta contra o racismo, o clube adotou o saci-pererê como mascote desde a fundação.

“Vá Morar com o Diabo!” (samba, 2000) – Riachão
Fundado em 1904, o América do Rio é um dos mais tradicionais clubes do país. Composto por Lamartine Babo, o hino da agremiação é, até hoje, considerado um dos mais bonitos do futebol brasileiro, e ganhou uma versão arrebatadora de Tim Maia. Entre seus torcedores ilustres, estão nomes como Heitor Villa-Lobos, Dona Ivone Lara, Gilberto Braga, Romário e José Trajano. Pela cor avermelhada, em chamas, de sua camisa, o diabo foi adotado como mascote em 1947. A figura temida surge na música “Vá Morar com o Diabo!”, do sambista baiano Riachão.

“Cobra Coral” (MPB, 2000) – Caetano Veloso e Wally Salomão
Pontual, porém profícua, a parceria entre os baianos Caetano Veloso e Wally Salomão deu à música brasileira canções do porte de “Cobra Coral”, gravada no álbum “Noites do Norte” com as presenças de Lulu Santos e Zélia Duncan. “Para de ondular, agora, cobra coral/ A fim de que eu copie as cores com que te adornas”, introduzem os belos versos da poesia de Wally. As cores tripartidas em vermelho, branco e preto foi, justamente, o que levou o Santa Cruz a adotar a cobra coral como mascote, pela igualdade com a vestimenta tricolor do clube.

“Os Três Mosqueteiros” (forró, 2014) – Pinto do Acordeom
O forrozeiro paraibano Pinto do Acordeom logrou sucesso com a arretada música “Os Três Mosqueteiros”, alusão à história consagrada pela pena do escritor francês Alexandre Dumas em 1844. Lá na outra ponta do país, no sul, o Grêmio adotou o mosqueteiro como mascote em 1946, por sugestão do cartunista Pompeu. A ideia deu tão certo que serviu como ponte para a criação do hino do clube, composto por Lupicínio Rodrigues, e que se baseava na bravura e valentia do mascote: “Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver”, bradava.

“Vovô” (infantil, 2015) – Paulo Tatit e Edith Derdyk
Para o projeto infantil Palavra Cantada, Paulo Tatit e Edith Derdyk compuseram, em 2015, a música “Vovô”, sobre essa figura paterna que é pai do nosso pai. Fundado em 1909 por imigrantes de origem alemã, o Coritiba adotou o vovô como mascote exatamente por se considerar o mais tradicional clube do Paraná, e, além disso, prestar homenagem a Max Kopf, torcedor símbolo do campeão brasileiro de 1985. O Ceará tem a mesma mascote porque o então presidente do clube, Meton Pinto, chamava os atletas das categorias de base de “netinhos”.

“Macaca” (pop, 2019) – Livia Nery
Em seu disco de estreia, batizado de “Estranha Melodia”, a baiana Livia Nery registrou a música “Macaca”, de sua autoria, onde lança mão da fêmea animal para falar de relacionamentos eróticos: “Eu sou uma macaca e quero/ Ficar pendurada no seu tronco nu/ E na boa temporada vir de lá/ Abocanhada no seu fruto”. Um dos clubes mais antigos do futebol brasileiro, fundada em 1900, a Ponte Preta foi pioneira em contratar atletas negros para o elenco, o que gerou reações racistas na torcida rival. Por isso, o clube adotou a macaca de mascote.

*Bônus
“Mané Gambá” (xote, 1976) – Jorge de Altinho

Pernambucano de Olinda, Jorge de Altinho compôs para seu conterrâneo de Exu, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, a música “Mané Gambá”, que ele lançaria em 1976. A música faz piada com o mau cheiro da personagem principal, associado ao animal que, na natureza, usa essa arma para se defender. Em 1934, durante uma partida contra o América, um dirigente do Náutico levou uma garrafa de conhaque para aquecer os atletas na chuva. Ao ver a cena, a torcida adversária começou a chamá-los de timbu, uma espécie de gambá conhecida por gostar da bebida. O apelido pegou e o Náutico adotou o timbu como mascote.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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