“O olhar singular de galante mulher
Que rumo a nós desliza como um branco raio
Que a lua vibrante envia ao lago a tremer,
Quando nele mergulha a beleza em desmaio” Charles Baudelaire
A expressão musa nasceu com a mitologia grega, e se refere às nove filhas do casal formado por Zeus e Memória. Posteriormente, o termo passou a ser empregado pelos poetas românticos para louvar aquelas que lhes despertavam os mais nobres sentimentos. As musas inspiradoras também pululam no que diz respeito à canção popular brasileira. Desde que o samba é samba a ala feminina passou a batizar inúmeras obras do cancioneiro nacional. Pautada pela diversidade, a prática não nega visto a nenhum ritmo, dando a nota certa tanto no axé quanto no rock, marcando o compasso do funk e da valsa. De Milton Nascimento a Chico Buarque, Cazuza, Nando Reis, Fausto Fawcett e Dorival Caymmi não há Janaína, Beatriz ou Eva que não fosse contemplada.
Dora (frevo-canção, 1945) – Dorival Caymmi
“Dora” é o encantamento com o inatingível. Um samba-canção com introdução de frevo que alude à festa onde Dorival Caymmi avistou a tal rainha. Também homenagem ao Recife, presente no charme dançante da morena. A mudança de tom na melodia para incorporar a chegada suntuosa da Banda Militar e seus clarins respalda a inventividade musical de um compositor que nunca estudou música, contendo-a em si. O chamado pela moça ao final da letra pressagia seu distanciamento progressivo: “Ô Dora…/ Ô Dora…”. Lançada em 1945 por Caymmi e regravada por Nelson Gonçalves, Gal Costa, e muitos outros: “Dora, rainha do frevo e do maracatu, ninguém requebra nem dança melhor do que tu”, determinavam os versos eternizados na canção.
Marina (samba-canção, 1947) – Dorival Caymmi
“Marina” conta a história do homem fragilizado diante da força sedutora da sua mulher. Inspirada num mau trato do filho pequeno de Dorival, o que viria a se tornar o cantor e compositor Dori Caymmi, então com três anos de idade, que repetia “to de mal com você”, quando contrariado. E foi nesse pequeno gesto infantil que Dorival percebeu que o homem contrariado tende a abolir as questões da maturidade, razão pela qual os romances são sempre difíceis. Fora isso, a canção lançada em 1947 por quatro cantores diferentes (Dick Farney, Francisco Alves, Nelson Gonçalves e o próprio autor), rompeu com uma lenda da indústria fonográfica e marcou um costume feminino dessa época que veio a se consolidar nas décadas seguintes: o de se maquiarem.
Tereza da Praia (samba-canção, 1954) – Billy Blanco e Tom Jobim
Billy Blanco e Tom Jobim eram então dois rapazes quando foram encarregados de compor a “Sinfonia do Rio de Janeiro”, que contou com a participação de Elizeth Cardoso, Emilinha Borba, Nora Ney, Jorge Goulart, ‘Os Cariocas’, Dóris Monteiro, Dick Farney, os arranjos de Radamés Gnattali e outros. O sucesso foi tanto que a gravadora ‘Continental’, da qual faziam parte, logo os convocou para outro projeto ambicioso: criar uma canção que unisse Lúcio Alves e Dick Farney, tidos como rivais pelos fãs mais exaltados. Assim surgiu “Tereza da Praia”, uma das mais emblemáticas canções do período pré-bossa nova e que soube traduzir, como poucas, o charme e a simbiose entre Lúcio e Dick Farney. Lançada em 1954, teve regravação da dupla Caetano Veloso e Roberto Carlos.
Iracema (samba, 1956) – Adoniran Barbosa
Dono de um estilo único que associou o chamado samba paulista eternamente à sua figura, Adoniran Barbosa (1910-1982) foi um dos mais importantes compositores da música brasileira. Além de imprimir o sotaque em parte caipira, em parte italiano, com o uso de expressões corriqueiras e gírias da região, Adoniran tinha ainda outra qualidade única: era capaz de, com uma só tacada, apreciar drama e comédia na mesma frase. O melhor exemplo desse talento certamente aparece em “Iracema”, samba de 1956 que conta o trágico acidente que levou à morte a esposa do viúvo que canta a música. A interpretação dramática para essa obra veio com Elis Regina, quando a canção já estava consagrada pelos Demônios da Garoa. Adoniran também a regravou.
Carolina (samba, 1967) – Chico Buarque
Foi com uma tremenda má vontade que Chico Buarque criou um dos sambas mais bonitos de sua extensa coleção de obras-primas. Em 1967, o tímido rapaz gravou o piloto de um programa que apresentaria na rede Globo, ao lado da atriz e cantora Norma Bengell. Essa primeira experiência foi suficiente para Chico desistir de dar prosseguimento à ideia. A emissora o ameaçou com a cobrança de uma multa, mas a solução encontrada foi o compositor criar um samba para o II Festival Internacional da Canção, promovido pelo canal. Defendida por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy, a música tirou o terceiro lugar, com seus versos arrastados e melodia dolente sobre uma mulher que viu o tempo passar na janela. Nara Leão e Elizeth Cardoso também a regravaram.
Bárbara (MPB, 1972) – Chico Buarque e Ruy Guerra
Em 1972, Chico Buarque compôs a primeira música que se tem registro que fala do amor homossexual entre duas mulheres. “Bárbara” foi composta por ele e por Ruy Guerra para a peça de teatro “Calabar: O Elogio da Traição”, censurada à época da ditadura. A música trata o tema de forma lírica e intensa, sem julgamentos ou preconceitos. Foi regravada por Angela Ro Ro (homossexual assumida), Maria Bethânia, Gal Costa, Simone e outras. Crescente em seu drama romântico, letra e melodia se unem em uma combustão repetida pelo discurso poético: “O meu destino é caminhar assim desesperada e nua, sabendo que no fim da noite serei tua, deixa eu te proteger do mal, dos medos e da chuva, acumulando de prazeres teu leito de viúva…”.
Lígia (samba-canção, 1974) – Tom Jobim
Perseguido pela ditadura militar que se instaurou no Brasil entre 1964 e 1985, o compositor Chico Buarque não viu alternativa a não ser gravar um disco de intérprete em 1974, já que todas as suas canções era então censuradas pelo regime. Assim nasceu “Sinal Fechado”, cuja canção-título trazia a assinatura de Paulinho da Viola. No repertório ainda constava a inebriante “Lígia”, um samba-canção composto pelo maestro Tom Jobim sem parceiros, algo que não era assim tão comum. Responsável por melodia e letra, Jobim dava provas de seu amor incontestável tanto pela musa da hora quanto pela cidade do Rio de Janeiro. “Não vou à Ipanema, não gosto de chuva, nem gosto de sol”, afirmava.
Modinha para Gabriela (modinha, 1975) – Dorival Caymmi
Títulos não alcançam perfumes. O que se é não se altera, permanece súbito e intransponível. Assim nasceu Gabriela, assim cresceu Gabriela, alheia aos cartazes do mundo. Modinha de 1975, composta para novela da Rede Globo, a música traz em tom debochado e irreverente o esplendor da personagem. Cantada por Gal Costa e interpretada por Sônia Braga, tornou-se atemporal. Tanto é verdade que na regravação da novela feita em 2012 com Juliana Paes no papel principal teve o seu sucesso colocado à prova e renovado. Como de costume, Dorival Caymmi realiza um retrato fidedigno e lírico do ambiente baiano no qual se criou, iluminando belezas, sensualidades e as liberdades.
Maria, Maria (clube da esquina, 1978) – Milton Nascimento e Fernando Brant
Foi em 2018 que finalmente a música “Maria, Maria” ganhou um videoclipe à altura de seu sucesso. Clássico incontestável da obra de Milton Nascimento e símbolo do Clube da Esquina, a produção audiovisual trouxe Camila Pitanga, Zezé Motta e Sophie Charlotte no elenco, entre outras atrizes. Lançada em 1978 no não menos histórico LP “Clube da Esquina 2”, a música nasceu a pedido de um balé do Grupo Corpo, com roteiro de Fernando Brant (1946-2015). Por conta disso, a história sobre várias mulheres negras que trabalharam na casa de Brant no tempo em que ele morou em Diamantina inspirou a letra do poeta mineiro. Elis Regina gravou a música no ano de 1980.
Elvira Pagã (rock, 1979) – Rita Lee e Roberto de Carvalho
Outra figura aplaudida por Rita Lee foi Elvira Pagã, vedete que, já na década de 1930, causou alvoroço na comportada sociedade brasileira da moral e dos bons costumes. Atrevida e colocando a libido no próprio nome artístico, Elvira também foi adepta das práticas de nudismo. De maneira debochada, Rita repreende as expectativas do homem comum, habituado à mulher comportada e obediente na canção, composta em 1979 com Roberto de Carvalho. O contrário de Elvira Pagã, figura escandalosa e explosiva, uma mulher ciente e lutadora de todos os seus direitos e liberdades. Rita avisa com ironia aos desavisados: “Santa, santa, só a minha mãe, (e olhe lá!) é canja-canja…”.
Eva (rock/axé, 1982) – versão da Rádio Táxi
Antes de se transformar em hino da banda Eva com ritmo de axé e ainda comandada por Ivete Sangalo, a música “Eva” se tornou uma febre no Brasil pelas mãos da banda Rádio Táxi que, por imposição da gravadora, registrou uma versão da canção homônima lançada pelo cantor italiano Umberto Tozzi. A presença da personagem bíblica não é por acaso, ao menos na versão original, que anuncia o fim dos tempos olhando para o passado, misturando astronave com arca de Noé. O roteiro surrealista foi responsável por brincadeiras que passaram a circundar a música, associada ao uso de maconha, em paródias jocosas que substituíam o nome feminino Eva por erva.
Beatriz (valsa, 1983) – Chico Buarque e Edu Lobo
Inspirado em uma história real passada na Áustria do século XIX, o escritor alagoano Jorge de Lima (1893-1953) criou, em 1938, o poema épico e surrealista “O Grande Circo Místico”. Transformado em balé, o espetáculo ganhou trilha musical de Chico Buarque e Edu Lobo no ano de 1983, quando a dupla compôs a belíssima “Beatriz”. Interpretada por Milton Nascimento, a valsa faz uma elegia para a personagem que dá nome à canção e, com igual sensibilidade nos versos e acordes, cria uma imagem fluida e apaixonante. “Olha, será que ela é moça? Será que ela é triste? Será que é o contrário…?”. A música ganhou regravações de Tom Jobim, Ana Carolina e do próprio Chico.
Beth Balanço (rock, 1984) – Cazuza e Roberto Frejat
Feita sob encomenda para o filme homônimo dirigido por Lael Rodrigues em 1984, “Beth Balanço” confirmou a ascensão do Barão Vermelho na cena do rock nacional naquele período, no esteio de outros sucessos presentes no terceiro álbum da banda, o último com a presença de Cazuza nos vocais, como “Maior Abandonado” e “Por Que a Gente É Assim?”. Interpretada no filme pela protagonista Débora Bloch, a música conta a trajetória da estudante mineira que vai ao Rio de Janeiro em busca do estrelato. Os versos sempre precisos e afiados de Cazuza transformaram a canção em clássico. “Quem tem um sonho não dança, Beth Balanço, meu amor, me avise quando for embora”, afirmava.
Fátima (rock, 1986) – Renato Russo e Flávio Lemos
Renato Russo já era conhecido na cena punk de Brasília desde os tempos do Aborto Elétrico, o primeiro grupo do qual fez parte. Foi nesse período que o futuro vocalista da Legião Urbana compôs, ao lado de Flávio Lemos, a música “Fátima”, um desbravado manifesto contra a intolerância religiosa e a vontade de tolher as liberdades humanas com repressões dogmáticas. Lemos faria parte do Capital Inicial, outra banda surgida na cidade planejada por Juscelino Kubitschek (1902-1976) e concebida pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). A aparição de Nossa Senhora de Fátima em Portugal diante de três crianças no ano de 1917 é citada na letra e justifica o título da canção roqueira.
Camila, Camila (rock, 1987) – Thedy Corrêa, Sady Homrich e Carlos Stein
Os anos 80 deram voz e som a uma geração que finalmente escapava dos auspícios tenebrosos da ditadura militar e aguardava ansiosa a chance de praticar as suas liberdades individuais e coletivas. Foi nesse contexto que uma profusão de bandas ligadas ao rock tomou a cena por todos os lados. Vindos do sul do país, os gaúchos do grupo Nenhum de Nós criaram, em 1987, um clássico imediato. “Camila, Camila” falava sobre as dificuldades amorosas da protagonista, envolta em um relacionamento abusivo. A música foi regravada por Cazuza (1958-1990) com a participação de Sandra de Sá e lançada no álbum póstumo do poeta exagerado, “Por Aí…”, em 1991.
Kátia Flávia, a Godiva do Irajá (funk, 1987) – Fausto Fawcett e Laufer
O universo das histórias em quadrinhos era uma referência nítida e admitida no trabalho que Fausto Fawcett começou a desenvolver na década de 80, quando o termo “performance” ainda não era tão difundido como atualmente. Munido dessas armas e intenções, o compositor carioca criou, ao lado de Laufer, “Kátia Flávia, a Godiva do Irajá”, uma personagem peculiar da paisagem urbana, que misturava a malícia até hoje presente no funk carioca, com o papo cabeça relacionado a guerras e mísseis. Não por acaso, a palavra “calcinha” era repetidamente usada, confundindo suas interpretações possíveis. Regravada por Fernanda Abreu em 1997 a música ganhou videoclipe e um novo fôlego.
Doralinda (MPB, 1989) – Cazuza e João Donato
“Doralinda” é uma das últimas composições de Cazuza, lançada postumamente, em 1991. Nesta sensível parceria com João Donato, o poeta reflete sobre a existência e propõe para a sua amada as riquezas materiais da vida, que disfarçam o que se quer mostrar de verdade, o real sentimento e sua impalpabilidade. Por isso ele afirma: “Eu queria te dar a lua, só que pintada de verde/ Te dar as estrelas, de uma árvore de Natal/ E todo o dinheiro falso do mundo, eu queria te dar”. Ou seja, prova de que o dinheiro em si, como símbolo, não provoca as desilusões humanas, mas como tudo o que é manipulado, é do seu uso que dependerá a conotação boa ou ruim. Ao fim, Cazuza vaticina: “Eu queria te dar o amor que eu talvez nem tenha pra dar…”. A música foi regravada por Nana Caymmi, o próprio João Donato e Emílio Santiago, e, com singeleza, revela e esconde o real espírito natalino.
Janaína (pop rock, 1998) – Bruno Gouveia
Acordar de madrugada a tempo de pegar o transporte e ir para o trabalho. Depois, passar horas em filas de supermercados, bancos e repartições. A rotina de milhões de brasileiros inspirou o vocalista do Biquini Cavadão a criar o maior sucesso da história da banda, quando ele conversou com uma mulher que lhe contou como era a sua rotina. A moça, que trabalhava na casa da família de Gouveia, preferiu ter o nome preservado, e assim nasceu “Janaína”, personagem da canção homônima de refrão inesquecível: “Mas ela diz que apesar de tudo ela tem sonhos/ Ela diz que um dia a gente há de ser feliz…”.
Anna Júlia (pop rock, 1999) – Marcelo Camelo
O sucesso da música “Anna Júlia” foi tamanho, que ela passou a ser cercada por várias lendas, a mais célebre afirmava que a banda Los Hermanos enjoara de tocar a canção. A verdade é que, realmente, “Anna Júlia” ficou vários anos ausente dos shows do grupo, que passou a investir em um trabalho cada vez mais intimista e menos pop nos álbuns posteriores. Dedicada a uma estudante da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde a banda se formou, e por quem Marcelo Camelo era apaixonado, a música puxou o disco inaugural da trupe e ganhou um videoclipe protagonizado pela atriz Mariana Ximenes. “Quem te ver passar assim por mim, não sabe o que é sofrer”, dizia a abertura.
Soraya Queimada (rock, 2004) – Zéu Britto
Composta pelo performático ator, cantor e compositor baiano Zéu Britto, a música “Soraya Queimada” apareceu em primeira mão no filme “Meu Tio Matou Um Cara”, dirigido por Jorge Furtado e com Lázaro Ramos, Débora Secco, Aílton Graça e Dira Paes no elenco. Politicamente incorretíssima, a letra conta o sórdido plano de vingança do eu lírico contra Soraya, a musa que para ele é inatingível. “Eu queria ter um lança-chamas, eu queria ter uma fogueira, eu queria ter somente um fósforo, eu queria ter uma vela acesa”, dizem os primeiros versos. Para captar o sentido da música é preciso compreender o tom da obra de Zéu, ligada ao nonsense e ao absurdo cômico. A música foi laçada em disco pelo autor em 2005, no álbum “Saliva-me”.
Back in Vânia (rock, 2012) – Nando Reis
Nando Reis já declarou mais de uma vez que o baiano Gilberto Gil é a grande inspiração de sua carreira artística. Foi com saudades da Bahia, como dizia Dorival Caymmi, que Gil compôs “Back in Bahia” em 1972, durante seu exílio em Londres, para o qual teve de partir após ser preso e torturado pela ditadura militar no Brasil. A canção “Back in Vânia” de Reis é uma homenagem à mulher com quem ele teve quatro filhos e para a qual voltou em um segundo casamento, dez anos após o término do primeiro que durou 18 anos. A gama de referências abordada pelo antigo baixista dos Titãs na letra compreende de cidades como Bertioga e Ubatuba ao planeta Marte e até nomes de familiares.
Maria da Vila Matilde (MPB, 2015) – Douglas Germano
Não é de hoje que Elza Soares representa a mulher sobrevivente, batalhadora, livre, dona de seus desejos e vaidades. Para coroar a carreira da octogenária intérprete nada melhor do que a canção “Maria da Vila Matilde”, peça que conjuga samba e música eletrônica, na veia da nova MPB, modernidade sem esquecer a tradição, bem ao estilo ousado e inquieto de Elza Soares. Denúncia clara à violência contra a mulher, a canção serviu para suscitar debates e cumpriu sua função social. Mais do que isso, exprimiu a arte de uma mulher talentosa, guerreira, determinada, que não abre mão de seus prazeres e é um símbolo de perseverança. Para a qual não existe idade, credo, gênero ou raça.
Jenifer (pop funk, 2018) – Gabriel Diniz
A música “Jenifer” já existia há quase um ano, inclusive tinha sido apresentada em alguns programas de TV. Mas o estouro que abalou as paradas de sucesso de todo o país só veio com o lançamento do videoclipe que trazia a atriz Mariana Xavier no elenco. Fora dos padrões de beleza ditados pela indústria de plantão e esbanjando com orgulho as suas medidas, a protagonista assumia o papel de uma Jenifer autônoma e bem resolvida, o que certamente foi determinante para o alcance da música. Seguindo a fórmula de canções do tipo, a música traz um sem número de assinaturas na autoria, mas ficou mais associada a seu intérprete Gabriel Diniz, que deu voz à batida pop da canção.
Raphael Vidigal
Imagens: Arquivo/Divulgação.