20 músicas de Ronaldo Bastos para renovar as esperanças no Brasil

*por Raphael Vidigal

“O poeta é um selvagem que conversa em versos com os mortos e não nascidos, com as árvores, os pássaros e até o lustre e a perna da mesa” Wislawa Szymborska

Ronaldo Bastos é um dos mais prolíficos letristas da música brasileira. Carioca de Niterói, ele se associou indelevelmente ao Clube da Esquina de Milton Nascimento, Toninho Horta, Lô Borges, Beto Guedes e outros mineiros com os quais empreendeu parcerias. Para além do movimento que marcou a música brasileira, Ronaldo Bastos também colocou sua pena a serviço de Caetano Veloso, João Donato, Celso Fonseca, Flávio Henrique e Ed Wilson. Como se não bastasse, criou versões arrebatadoras para clássicos da música mundial, em forma de baladas de rasgar o coração, que ganharam o Brasil nas vozes de Gal Costa e Beto Guedes. Aos 75 anos, Ronaldo Bastos é patrimônio da MPB.

“Cravo e Canela” (clube da esquina, 1971) – Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
Na década de 1970, Milton Nascimento compôs, em parceria com Ronaldo Bastos, “Cravo e Canela”, lançada no álbum “Clube da Esquina” (1972). A música integraria o filme “Os Deuses e os Mortos”, dirigido por Ruy Guerra, em 1970, no qual Milton e a atriz Dina Sfat atuaram juntos, mas acabou excluída da trilha. O encontro com Ruy Guerra, no entanto, para além de uma sincera amizade, também validou três parcerias: “Bodas”, “Canto Latino” e “E Daí (A Queda)”, gravada no disco “Clube da Esquina II”, de 1978. A música “Bodas” foi gravada por Milton em “Milagre dos Peixes”, de 1973, e relançada por Ney Matogrosso em “Água do Céu-Pássaro”, de 1975. “Canto Latino” aparece no disco “Milton”, de 1970. Zé Renato também já registrou uma versão da canção.

“Cais” (clube da esquina, 1972) – Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
O que parece distante muitas vezes é o que dá liga. Quem imaginaria, um dia, a união entre Beatles e música barroca ou entre a bossa nova e canções do folclore latino? Mais ainda, o rock psicodélico junto à erudição de Villa-Lobos? A resposta é simples: Milton Nascimento. E pode ser até mais íntima, pelo apelido: Bituca. Como diria o poeta Mário Quintana (veja só como o distante se aproxima): “Nada convém que se repita/ Só em linguagem amorosa agrada/ A mesma coisa cem mil vezes dita”. Pois a única e mortal função da arte é propor a liberdade, ou, ao menos, alguma libertação. “Cais”, parceria de Milton e Ronaldo Bastos lançada em 1972, no LP “Clube da Esquina”, segue essa trilha.

“Nada Será Como Antes” (clube da esquina, 1972) – Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
“Se voltando para uma linguagem e uma postura mais engajadas, desde o tenso disco ‘Elis’ (1973), os projetos ‘Falso Brilhante’ (1975/1977), ‘Transversal do Tempo’ (1977/1978) e ‘Saudade do Brasil’ (1980) constituem uma espécie de trilogia de uma poderosa reação estética à repressão. Elis deu uma guinada impressionante em sua trajetória e se tornou uma artista extremamente politizada para além do âmbito artístico, promovendo ações em favor da redemocratização, das eleições diretas e dos direitos políticos das minorias”, reflete Renato Contente, autor do livro “Não Se Assuste Pessoa! – As Personas Políticas de Gal Costa e Elis Regina na Ditadura Militar”. Em 1972, Elis Regina iniciava esse movimento ao lançar “Nada Será Como Antes”, parceria de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos que simbolizava a angústia com tempos tensos.

“O Trem Azul” (clube da esquina, 1972) – Lô Borges e Ronaldo Bastos
“A música tem um poder de transformação que começa a se dar dentro dos autores. O meu dia fica muito melhor quando eu faço uma música. E eu gosto de ter bons dias na minha vida. Como diz o Ronaldo Bastos, quero manter a fé cega e a faca amolada”, afirma Lô Borges. Aliás, foi com Ronaldo que ele compôs um dos maiores sucessos da sua carreira – para muitos, o maior – a música “O Trem Azul”. Lançada em 1972, no histórico disco do Clube da Esquina, ela se apegou definitivamente à trajetória dos autores. A letra faz referência a uma figura costumeira para os mineiros: o trem. Já o azul que segue no título também acabou sendo associado ao Cruzeiro, time de coração de Lô, embora não fosse esta a intenção inicial da dupla de talentosos autores.

“Nuvem Cigana” (clube da esquina, 1972) – Lô Borges e Ronaldo Bastos
Nascido em Recife em 1950, Cafi estudou gravura e pintura na Escolinha de Arte do Brasil. Após se mudar para o Rio, ainda na adolescência, começou a pintar cenas do Nordeste. O interesse pela fotografia surgiu depois receber de presente das irmãs uma câmera, para que fotografasse seus quadros. Cafi também foi um dos fundadores do coletivo “Nuvem Cigana”, que renovou a poesia nos anos 1970. Cafi é autor da histórica capa do LP “Clube da Esquina”. No repertório, aparece “Nuvem Cigana”, parceria de Lô Borges e Ronaldo Bastos, que já utilizava, no título, o nome do coletivo de poesia revolucionária.

“Fé Cega Faca Amolada” (clube da esquina, 1975) – Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
No embate com a ditadura militar instituída no Brasil em 1964, Milton Nascimento e Ronaldo Bastos apresentaram, em 1975, “Fé Cega Faca Amolada”. Munidos de armas musicais, como a melodia contundente e os versos rascantes, eles clamavam pela libertação do povo. A música foi originalmente gravada no disco “Minas”, de Milton Nascimento, um marco na trajetória do cantor, que superou as vendagens anteriores, e recebeu regravação de Elis Regina, em número que agregava “Ponta de Areia” e “Maria, Maria”, todas de Milton, o seu correspondente na música brasileira no quesito limpidez da voz e alcance da interpretação. A faixa se tornou clássica. E Caetano, Gil, Gal e Bethânia também a gravaram no LP dos Doces Bárbaros.

“Menino” (clube da esquina, 1976) – Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
No dia 28 de março de 1968, o estudante Edson Luís foi brutalmente assassinado pela Polícia Militar enquanto jantava no restaurante universitário Calabouço, no Rio de Janeiro. Em plena ditadura militar, a morte gerou comoção na sociedade brasileira, que se uniu para protestar contra o regime e foi igualmente reprimida. Impactado pelo episódio, o escritor uruguaio Eduardo Galeano escreveria a respeito no livro “Dias e Noites de Amor e de Guerra”, em 1977. Um ano antes, Milton Nascimento finalmente conseguiria lançar a música que fizera com Ronaldo Bastos sobre o crime, “Menino”, um grito contra o horror.

“Circo Marimbondo” (samba, 1976) – Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
Criado em Três Pontas, no interior de Minas, Milton Nascimento despontou como o principal nome do Clube da Esquina, movimento que provocou uma revolução na música brasileira, ao assimilar influências barrocas e da canção estrangeira. Ao lado do parceiro Ronaldo Bastos, Milton compôs, em 1976, o samba “Circo Marimbondo”, e convidou Clementina de Jesus para participar da faixa, incluída no histórico disco “Geraes”. “Circo Marimbondo/ Circo Marambaia/ Eu cheguei de longe/ Não me atrapáia”, canta a dupla. No repertório do álbum de Milton, ainda se destacava “O Que Será (À Flor da Pele)”, em dueto com Chico Buarque.

“Lumiar” (clube da esquina, 1977) – Beto Guedes e Ronaldo Bastos
Não é exagero dizer que “A Página do Relâmpago Elétrico” foi um acontecimento na música mineira. O primeiro disco de Beto Guedes congregou sucessos que são cultuados até hoje, como “Nascente” (de Flávio Venturini e Murilo Antunes), “Belo Horizonte” (de Godofredo Guedes), “Maria Solidária” (parceria com Milton Nascimento) e “Luminar” (de Guedes e Ronaldo Bastos), além da faixa-título, outra da dupla. “Luminar” foi uma dessas canções arrebatadoras, responsável por puxar o êxito da estreia de Guedes. A música ganhou uma regravação exemplar do grupo Roupa Nova, já no ano de 1982.

“Cigarra” (MPB, 1978) – Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
O disco “Cigarra”, lançado por Simone em 1978, trouxe um verdadeiro desfile de hits, a começar pela música-título, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos. “Medo de Amar Nº 2”, de Sueli Costa e Tite de Lemos, “Diga Lá, Coração”, de Gonzaguinha, “As Curvas da Estrada de Santos”, de Roberto e Erasmo Carlos, e “Ela Disse-me Assim”, de Lupicínio Rodrigues, completavam o repertório de sucessos. Em meio a essas canções, “Então Vale a Pena”, de Gilberto Gil, traduzia liricamente a percepção da morte. E era assertiva na conclusão: “Se a morte faz parte da vida/ E se vale a pena viver/ Então morrer vale a pena”, diz.

“Amor de Índio” (balada, 1978) – Beto Guedes e Ronaldo Bastos
Beto Guedes nasceu em Montes Claros, no interior de Minas Gerais, e participou ativamente do movimento que ficou conhecido como Clube da Esquina desde o início, ao lado de Milton Nascimento, Fernando Brant, Lô Borges, Toninho Horta, Márcio Borges, Wagner Tiso e outros agregados, caso do carioca Ronaldo Bastos, que se tornou seu parceiro em uma de suas mais emblemáticas canções. “Amor de Índio” deu título ao LP lançado por Guedes em 1978, o segundo de sua carreira-solo, na esteira do sucesso de “A Página do Relâmpago Elétrico”. A balada combina com maestria versos de um lirismo romântico a observações reflexivas sobre o comportamento da natureza. Os versos atingem a mente e o coração do ouvinte: “Tudo que move é sagrado”.

“Sol de Primavera” (clube da esquina, 1979) – Beto Guedes e Ronaldo Bastos
O terceiro disco da carreira-solo de Beto Guedes, lançado em 1979, trouxe como título mais uma parceria de sucesso com Ronaldo Bastos. “Sol de Primavera” anunciava a boa nova em um tempo de esperança: “Já sonhamos juntos/ Semeando as canções no vento/ Quero ver crescer nossa voz/ No que falta sonhar”. A música se tornou tema de abertura da novela “Marina” da Rede Globo, em 1980. Anos mais tarde, Beto Guedes emplacaria mais uma canção de sucesso em uma novela global, quando “Maria Solidária” entrou para “Coração de Estudante”, de 2002. “Sol de Primavera” foi regravada por Altemar Dutra e pelo cantor Leonardo, em versões muito diferentes da original de 1979.

“O Sal da Terra” (clube da esquina, 1981) – Beto Guedes e Ronaldo Bastos
Integrantes originais do Clube da Esquina, Beto Guedes e Ronaldo Bastos criaram, em 1981, o grande sucesso “O Sal da Terra”. A famosa expressão serviria anos mais tarde para batizar o documentário em homenagem ao fotógrafo Sebastião Salgado, outro mineiro ilustre, e se vê presente também em música de Cazuza e Roberto Frejat, intitulada “Nós”. Na referida canção, o foco da letra é em um mundo mais justo, mais igual e humano, onde as pessoas possam viver em paz com a natureza e entre seus semelhantes. Foi regravada por Sandra de Sá, Roupa Nova, Jessé e Ivete Sangalo, entre outros.

“Canção do Novo Mundo” (clube da esquina, 1981) – Beto Guedes e Ronaldo Bastos
“Contos da Lua Vaga” é o nome de um filme japonês de 1953, dirigido por Kenji Mizoguchi, até hoje apontado como uma das principais contribuições do cinema oriental à sétima arte. A história se baseia em contos do século XVI e reúne uma série de acontecimentos de um período violento no Japão, quando o país enfrentou uma guerra civil. Misticismo e realidade atuam juntos no filme. Certamente Beto Guedes assistiu a este clássico do cinema mundial, tanto que o seu LP de 1981 se chamou, justamente, “Contos da Lua Vaga”. Entre as músicas do repertório, destacou-se “Canção do Novo Mundo”, mais uma parceria com Ronaldo Bastos, logo regravada por Milton Nascimento em 1983.

“Chuva de Prata” (balada, 1983) – Ed Wilson e Ronaldo Bastos
Depois de mais de duas décadas na gravadora Polygram, Gal Costa assina com a então RCA. É pela nova gravadora que lança “Profana” (1984), onde abre espaço para músicas de apelo mais popular. “Chuva de Prata” é o grande sucesso do disco, junto com uma versão para uma música de Stevie Wonder, “Lately”, que, na letra em português de Ronaldo Bastos, virou “Nada Mais”. Também de Ronaldo Bastos, com Ed Wilson, é o sucesso “Chuva de Prata”, que mereceu as regravações de Paula Fernandes, Sandy e do grupo Roupa Nova. Porém, a primeira gravação foi feita em 1983, pelo tecladista Lafayette.

“Quando Te Vi” (balada, 1984) – Meredith Willson em versão de Ronaldo Bastos
Maestro, arranjador, flautista, compositor, dramaturgo e autor, Meredith Willson foi praticamente tudo o que quis na vida. O seu principal sucesso foi o musical da Broadway, “Vendedor de Ilusões”, de 1957. Nesta incrível façanha artístico-musical de Meredith Willson está “Till There Was You”, que ganhou uma tradução inspirada de Ronaldo Bastos em 1984. A música, claro, não poderia ser oferecida a outra pessoa que não parceiro de fé e irmão-camarada Beto Guedes, que a lançou no álbum “Viagem das Mãos”, já rebatizada “Quando Te Vi”, uma balada irresistível. “Nem o sol/ Nem o mar/ Nem o brilho/ Das estrelas/ Tudo isso/ Não tem valor/ Sem ter você…”, canta Beto Guedes, com todo o afã.

“Nada Mais” (balada, 1984) – Stevie Wonder em versão de Ronaldo Bastos
Maria da Graça assinou o primeiro compacto com o nome de batismo, mas, já ao dividir o LP “Domingo”, com Caetano Veloso, em 1967, e participar de “Tropicália ou Panis et Circencis”, de 1968, passou a atender por Gal Costa. Entre seus sucessos estão músicas como “Festa do Interior”, “Bloco do Prazer”, “Meu Nome É Gal”, “Meu Bem, Meu Mal”, “Um Dia de Domingo”, “Baby”, “Chuva de Prata”, “Vapor Barato”, “Pérola Negra”, e também a balada “Nada Mais”, versão de Ronaldo Bastos para música de Stevie Wonder. Dolorida, a música se ressente do fim de um relacionamento, e suas mazelas…

“Sorte” (MPB, 1985) – Celso Fonseca e Ronaldo Bastos
Violonista habituado a trabalhar com nomes de peso da MPB, como Gilberto Gil e Marisa Monte, o carioca Celso Fonseca compôs, em 1985, uma das pérolas do seu repertório. “Sorte” ganhou letra do poeta Ronaldo Bastos antes de receber as vozes de Gal Costa e Caetano Veloso, no disco “Bem Bom”, lançado pela baiana, e se transformou em sucesso imediato. A suavidade da letra e da melodia logo conquistou os ouvintes, e mereceu uma regravação de Ney Matogrosso. “Tudo de bom que você me fizer/ Faz minha rima ficar mais cara/ O que você faz me ajuda a cantar/ Põe um sorriso na minha cara…”, diz.

“Naquela Estação” (MPB, 1990) – Caetano Veloso, João Donato e Ronaldo Bastos
João Donato e Caetano Veloso estavam enrolados com um verso de “Naquela Estação”, quando Ronaldo Bastos chegou e resolveu a pendenga. Nascia, assim, a parceria tripla, lançada por Adriana Calcanhotto em 1990, e logo puxada pra trilha de “Rainha da Sucata”, novela da Rede Globo, onde era tema da personagem de Renata Sorrah. Triste, melancólica, quase deprimente, “Naquela Estação” conserva uma beleza que afoga o ouvinte na singeleza de seus versos sobre despedida, um sentimento que, certamente, todos já experimentaram. “E o meu coração embora/ Finja fazer mil viagens/ Fica batendo parado naquela estação…”. A música ganhou versões de Emílio Santiago e da cantora Claudya, mas permaneceu associada à voz de Adriana.

“Olhos de Farol” (MPB, 1998) – Flávio Henrique e Ronaldo Bastos
Nascido em Belo Horizonte no dia 20 de julho de 1968, o cantor, compositor, instrumentista, arranjador e produtor cultural Flávio Henrique, teve suas músicas gravadas por grandes nomes do cenário nacional. Em 1999, Ney Matogrosso escolheu “Olhos de Farol”, parceria do mineiro com Ronaldo Bastos, para dar título ao seu novo disco. Flávio Henrique também compôs com Paulo César Pinheiro e Luiz Tatit e viu suas canções ecoarem por meio das vozes de Milton Nascimento, Ed Motta, Fernanda Takai e Zeca Baleiro. Em 2018, o livro infantil mais vendido do sociólogo Betinho, “A Zeropéia”, transformou-se em curta metragem. Coube a Flávio Henrique e Chico Amaral criarem a música “A Cobra”, gravada pela voz doce, suave de Fernanda Takai.

*Bônus
“Acorda Para Ver o Sol” (MPB, 2020) – Luiza Brina e Ronaldo Bastos

“A Fernanda Takai é, para mim, uma referência de grande cantora e compositora, mulher. Admiro muitíssimo o seu trabalho e a sua carreira, desde o Pato Fu, que também marcou minha adolescência, até sua carreira-solo. A canção que a Fernanda participa no disco é a “Acorda Para Ver o Sol”, parceria que fiz com o incrível letrista Ronaldo Bastos. Começamos a gravar o arranjo dessa canção no disco, e um dia imaginei ali a voz da Fernanda, percebendo alguma semelhança entre essa canção e o trabalho solo dela. Achei que ficaria bonito. Fiz o convite e ela aceitou. Foi uma alegria”. As palavras são da mineira Luiza Brina que, em 2020, lançou o álbum “Tenho Saudade Mas Já Passou”.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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