10 pérolas musicais de Sidney Miller

“O amor que atenua
O tiro no peito e o sangue na rua
A fome, a doença, não sei mais por que
Que noite, que lua, meu bem, pra quê?” Sidney Miller

Comparado a Chico Buarque no início da carreira, o carioca Sidney Miller é, nos dias atuais, um nome bem menos reconhecido do que seu conterrâneo e contemporâneo. Mas o motivo para os elogios eram justos, tanto que, em 1967, a cantora Nara Leão selecionou quatro canções de Chico e cinco de Miller para compor o álbum “Vento de Maio”. A timidez do compositor falecido aos 35 anos, há quase quatro décadas, é hoje apenas lembrança para os mais próximos. Já a acuidade das letras embebidas em poesia permanece ao dispor de todos.

1965
O primeiro registro importante como compositor foi no I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior (SP), obtendo o 4º lugar com a música “Queixa”, composta em parceria com Paulo Thiago e Zé Keti, interpretada por Ciro Monteiro.

1967
Nara Leão, famosa por revelar novos compositores, teve grande importância na estreia fonográfica de Sidney. Em 1967, no disco “Vento de Maio”, ela gravou cinco canções do compositor carioca, entre elas “O Circo” e “Passa, Passa Gavião”.

No mesmo ano lança, pelo famoso selo Elenco de Aloysio de Oliveira, o seu primeiro disco, que se destaca por retrabalhar temas populares e cantigas de roda como “Marré-de-Cy” e “Menina da Agulha”. Também registra “Maria Joana”.

Ainda em 1967, ao lado de Nara Leão, interpretou a música “A Estrada e o Violeiro” no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, conquistando o prêmio de melhor letra.

Para completar, compõe com Théo de Barros, Caetano Veloso e Gilberto Gil a trilha sonora da peça “Arena Conta Tiradentes”, dos dramaturgos Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri.

1968
O compositor traduz em seu segundo disco uma discussão sobre os valores defendidos pela Tropicália. “Brasil, do Guarani ao Guaraná”, traz participações especiais de Paulinho da Viola, Gal Costa, Nara Leão, MPB-4, Gracinha Leporace e Jards Macalé. O maior destaque fica por conta da toada “Pois é, Pra Quê?”.

Como produtor, organiza com Paulo Afonso Grisolli os espetáculos “Yes, Nós Temos Braguinha”, para saudar o compositor João de Barro, e “Carnavália”, que relança a cantora Marlene com enorme sucesso.

1969
Cria os arranjos de “Coisas do Mundo”, LP de Nara Leão. Ao lado de Paulo Afonso Grisolli, Tite de Lemos, Luís Carlos Maciel, Sueli Costa, Marcos Flaksmann e Marlene monta o espetáculo musical “Alice no País do Divino Maravilhoso”.

1970
No cinema, compõe a trilha sonora dos filmes “Os Senhores da Terra” (1970), “Vida de Artista” (1971) e “Ovelha Negra” (1974). No teatro, coloca música em sonetos de Camões para a peça “Por Mares Nunca Dantes Navegados” (1972).

1974
Lança o último disco de carreira, intitulado “Línguas de Fogo”. Era funcionário da Funarte quando morreu prematuramente, aos 35 anos. A sala em que trabalhava passou a se chamar Sala Funarte Sidney Miller e foi transformada em um teatro.

Sidney Miller criou espetáculo para saudar Braguinha

Raphael Vidigal

Fotos: Acervo do Museu da Imagem e do Som/Divulgação. Na segunda imagem, Braguinha e Sidney Miller.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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