Relembre sucessos de Roberta Miranda: da música sertaneja às baladas

*por Raphael Vidigal Aroeira

“Tô indo agora prum lugar todinho meu
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em minha volta, sinfonia de pardais
Cantando para a majestade, o sabiá” Roberta Miranda

Maria Albuquerque Miranda adotou o nome artístico de Roberta Miranda quando começou a se apresentar em bares para se sustentar, já que, com 18 anos, decidiu morar sozinha. Nascida em João Pessoa, na Paraíba, no dia 28 de setembro de 1956, ela se tornou a primeira cantora brasileira a vender mais de um milhão e meio de cópias em seu disco de estreia, consagrando-se como a “Rainha Sertaneja”. Desbravadora e pioneira, Roberta Miranda aliou em seu repertório canções de temática caipira com outras de pegada romântica, em que se destacam os sucessos “A Majestade, o Sabiá”, “São Tantas Coisas”, “Vá Com Deus”, “Meu Primeiro Amor”, e muitas outras. Roberta Miranda também deu voz a faixas consagradas de Roberto Carlos, como “Fera Ferida”.

“A Majestade, o Sabiá” (sertaneja, 1985) – Roberta Miranda
O ano de 1986 foi aquele em que, pela primeira vez na história, uma cantora brasileira vendeu mais de um milhão e meio de cópias em seu disco de estreia. A paraibana Roberta Miranda é, ainda hoje, a quarta na lista com mais álbuns vendidos no país, atrás apenas de Rita Lee, Xuxa e Maria Bethânia. Cantora e compositora, ao longo da carreira ela emplacou sucessos como “A Majestade, O Sabiá”, “Pimenta Malagueta” e “Sol da Minha Vida”. “A Majestade, o Sabiá”, uma típica composição sertaneja, foi lançada em 1985, por Jair Rodrigues, acompanhado na gravação pela dupla Chitãozinho & Xororó e foi logo sucesso.

“Como É Grande o Meu Amor Por Você” (balada, 1967) – Roberto Carlos
Roberto Carlos vinha, aos poucos, de descolando do título de ídolo da garotada para se consagrar como o Rei da música brasileira. Um dos principais ativos nesse movimento foi apostar em canções mais maduras, que deixavam para trás o espírito juvenil e rebelde, em busca de declarações de amor capazes de acalentar corações de todas as idades. “Como É Grande o Meu Amor Por Você” destoa do repertório de “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, LP lançado em 1967, exatamente por esse motivo. A balada se eternizou como uma das mais tocadas em festas de casamento país afora, e empilhou regravações de Nara Leão, Fagner, Roberta Miranda, Nelson Gonçalves, e etc.

“Contando Estrelas” (forró, 2020) – Anastácia e Liane
Para celebrar os 80 anos, Anastácia entrega o presente ao público com o que sabe fazer de melhor: música. Autora de quase mil composições, boa parte delas ao lado de Dominguinhos (1942-2013), com quem foi casada por mais de uma década, ela tem no rol de sucessos “Eu Só Quero um Xodó”, “Tenho Sede”, “Tá Querendo Cafuné”, “Contrato de Separação”, entre outras, e foi gravada por nomes como Gilberto Gil, Gal Costa, Nana Caymmi, Angela Maria e Noite Ilustrada. Em “Anastácia 80: Lado A”, a pernambucana privilegia essa reconhecida veia autoral, com cinco canções inéditas e diversas participações. A produção ficou a cargo de Zeca Baleiro. Roberta Miranda divide os vocais com a anfitriã em “Contando Estrelas”, parceria com Liane. É o encontro de mulheres nordestinas arretadas. “Numa noite estrelada/ Lá do meu sertão”, diz.

Matéria publicada originalmente no portal da Rádio Itatiaia, em 2021.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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