Relembre os sucessos de Paulo Ricardo, vocalista e ídolo da banda RPM

*por Raphael Vidigal Aroeira

“Preparar a nossa invasão
E fazer justiça com as próprias mãos
Dinamitar um paiol de bobagens
E navegar o mar da tranquilidade” Paulo Ricardo & Luiz Schiavon

Paulo Ricardo nasceu no Rio de Janeiro, no dia 23 de setembro de 1962. Cantor, contrabaixista, compositor e ator, ele cursou Jornalismo na USP, e, em 1982, foi para Londres, onde começou a escrever a coluna “Via Aérea” para a revista Som-Três.

Na faculdade, conheceu o tecladista Luiz Schiavon e, ao lado do guitarrista Fernando Deluqui e do baterista Paulo Pagni, eles formaram a banda RPM, abreviação para Revoluções Por Minuto, que se transformou em um fenômeno pop no Brasil. O primeiro disco da trupe, de 1985, vendeu mais de 600 mil cópias.

Estouro. Na sequência, colocaram no mercado “Rádio Pirata Ao Vivo”, dirigido por Ney Matogrosso. Caetano Veloso também se encantou por Paulo Ricardo, e o convidou para um dueto em “London, London”, composta durante o exílio do baiano em Londres, onde ambos haviam morado.

Em 1988, o RPM chegou ao fim, tendo na bagagem uma coleção de sucessos como “Olhar 43”, “Louras Geladas”, “Rádio Pirata”, “Alvorada Voraz”, dentre outros, e Paulo Ricardo decidiu investir na carreira-solo, alternando trabalhos como ator em novelas da Rede Globo.

Com a participação especial de Renato Russo, gravou a “A Cruz e a Espada”, em 1996. O maior hit da carreira-solo de Paulo Ricardo foi a balada “Dois”, parceria com Michael Sullivan que entrou para a trilha sonora da novela “Corpo Dourado”, em 1998. Em 2005, deu a sua versão para “Careless Whisper”, hit de George Michael.

Recorde. Comparado à histeria provocada pelos Beatles, o correspondente brasileiro da febre roqueira junto ao público juvenil chegou ao seu segundo disco com um registro ao vivo. Liderado por Paulo Ricardo, o RPM contou, em “Rádio Pirata ao Vivo”, com direção de Ney Matogrosso. Além de sucessos como “Alvorada Voraz” e “Revoluções por Minuto”, a banda gravou “London, London”, de Caetano Veloso, e entrou para a história da vendagem de discos.

Polêmica. “Eu era o melhor amigo do Cazuza. Mas ele foi vítima do próprio amor da família. Ele morreu e a família quis transformá-lo numa coisa ‘MPB’. Aí ficou nem barro nem tijolo. Higienizaram a obra dele. Eu brincava com ele: ‘Tu vai morrer duas vezes, porque quem vai escrever o prefácio da sua biografia vai ser o Caetano Veloso’. Não deu outra. Se você perceber, o Caetano exalta o Cazuza como um cara muito bom daquela época, dos anos 80”.

“É como elogiar os ombros do Paulo Ricardo. ‘O Paulo Ricardo toca bem contrabaixo, canta bem, tudo bem. Mas os ombros são maravilhosos’. Então ele é muito cruel nesse ponto. Eu falava: ‘Cazuza a gente precisava ter uma ruptura’. Mas ele gostava muito de Dolores Duran, samba-canção, música brasileira, então ficou meio na dúvida em dar aquele salto”. As palavras são de Lobão, que, em 2019, regravou “Louras Geladas”, hit do RPM composto por Paulo Ricardo e Luiz Schiavon.

“Ideologia” (rock, 1988) – Cazuza e Roberto Frejat
Às vésperas de entrar em estúdio para gravar o seu terceiro disco solo, Cazuza foi internado em Boston, nos Estados Unidos, onde deu prosseguimento ao tratamento contra a Aids com a qual ele havia sido diagnosticado em 1987. É desse período a letra de “Ideologia”, que batiza o mais importante álbum da carreira do eterno exagerado. Com melodia de Roberto Frejat, a composição é “sobre o que eu acreditava quando tinha 16, 17 anos, e como estou hoje. Eu achava que tinha mudado o mundo e que, dali para a frente, as coisas avançariam mais ainda. Não sabia que iria acontecer esse freio. É como se agora a gente tivesse que pagar a conta da festa”, nas palavras de Cazuza. A música foi regravada por Marina Lima, Paulo Ricardo, Sandra de Sá, entre vários outros.

“Ninguém Vai Tirar Você de Mim” (rock, 1968) – Hélio Justo e Edson Ribeiro
Em 1968, no disco “O Inimitável”, Roberto Carlos gravou o rock “Ninguém Vai Tirar Você de Mim”, de Hélio Justo e Edson Ribeiro. No repertório, o Rei abria espaço para outros compositores em detrimento de sua obra autoral, cantando Getúlio Côrtes, Antônio Marcos, Luiz Ayrão, Renato Teixeira, Paulo César Barros e Helena dos Santos, mas todas recebendo a inconfundível interpretação do anfitrião, ou, como sublinhava o título do LP, o estilo “inimitável”. Em 2009, no álbum “Faro”, Vander Lee gravou a sua versão para “Ninguém Vai Tirar Você de Mim”, que também foi revisitada por Leonardo, Wando, Reginaldo Rossi, Paulo Ricardo e José Augusto. Ao final da versão de Vander Lee, o amigo Flávio Renegado recita um rap.

Matéria publicada originalmente no portal da Rádio Itatiaia, em 2021.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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