*por Raphael Vidigal Aroeira
“Garçom, aqui nessa mesa de bar
Você já cansou de escutar
Centenas de casos de amor…” Reginaldo Rossi
Reginaldo Rossi nasceu no Recife, no dia 14 de fevereiro de 1943, e morreu na mesma cidade, no dia 20 de dezembro de 2013, aos 70 anos, vítima de câncer de pulmão. Seu grande ídolo era Elvis Presley, o que o levou a começar a carreira artística como parte da Jovem Guarda, abrindo shows de Roberto Carlos. Lançou o primeiro disco em 1966, intitulado “O Pão”. Mas o sucesso mesmo veio quando ele assumiu de vez a faceta brega adorada pelo público brasileiro, com o lançamento, em 1987, do hit “Garçom”, o seu grande sucesso.
“A Dama de Vermelho” (foxtrote, 1960) – Ado Benatti e Jeca Mineiro
Ado Benatti, compositor e poeta de Taquaritinga, e Jeca Mineiro, violeiro de Arceburgo, no interior das Minas Gerais, se uniram para criar, em 1960, o foxtrote “A Dama de Vermelho”. Já na segunda gravação, na Chantecler, em 1963, a música teve o ritmo alterado para um bolero, e ganhou as vozes da dupla sertaneja formada por Paiozinho e Zé Tapera. O sucesso foi imediato e permaneceu ao longo do tempo, angariando regravações de Reginaldo Rossi, Waldick Soriano, Bruno & Marrone, Leonardo e Eduardo Costa, o que a tornou cultuada por um público de uma nova geração. “Garçom olhe pelo espelho/ A dama de vermelho que vai se levantar”, anunciam os primeiros versos da letra.
“Ninguém Vai Tirar Você de Mim” (rock, 1968) – Hélio Justo e Edson Ribeiro
Em 1968, no disco “O Inimitável”, Roberto Carlos gravou o rock “Ninguém Vai Tirar Você de Mim”, de Hélio Justo e Edson Ribeiro. No repertório, o Rei abria espaço para outros compositores em detrimento de sua obra autoral, cantando Getúlio Côrtes, Antônio Marcos, Luiz Ayrão, Renato Teixeira, Paulo César Barros e Helena dos Santos, mas todas recebendo a inconfundível interpretação do anfitrião, ou, como sublinhava o título do LP, o estilo “inimitável”. Em 2009, no álbum “Faro”, Vander Lee gravou a sua versão para “Ninguém Vai Tirar Você de Mim”, que também foi revisitada por Leonardo, Wando, Reginaldo Rossi, Paulo Ricardo e José Augusto.
“Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme” (canção, 1972) – Cleide
A prolífica colaboração entre Fernanda Takai e Zélia Duncan começou em 2009, quando elas interpretaram “Boas Razões”, versão de Zélia para sucesso do francês Alex Beaupain, lançada no disco “Pelo Sabor do Gesto”, de 2009. Em 2014, a dobradinha voltou a acontecer, desta vez com Fernanda Takai no papel de anfitriã. Em “Na Medida do Impossível”, ela convidou Zélia para participar da faixa “Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme”, composta por Cleide em 1972, e eternamente associada ao cantor Reginaldo Rossi, que a gravou em 1973, estourando nas paradas. No mesmo álbum, Fernanda gravou outra versão de Zélia: “Depois que o Sol Brilhar”, do franco-judaico Yann Tiersen.
“A Raposa e as Uvas” (brega, 1982) – Reginaldo Rossi
Formada pelo mineiro de Ponte Nova, João Bosco, e o carioca da gema, Aldir Blanc, essa dupla fez história na música popular brasileira. Dentre tantos sucessos, algumas preciosidades escaparam desse rol. Um exemplo é “Caça à Raposa”, que deu título ao disco de Bosco de 1975, lançada um ano antes por Elis Regina, intérprete soberba. Com a perspicácia de Blanc, a letra narra uma caçada à raposa sem citar o animal que, em 1945, foi adotado como mascote do Cruzeiro em alusão à astúcia do então presidente do time celeste, Mário Grosso. Inspirado por uma fábula de Esopo, Reginaldo Rossi também compôs, em 1982, “A Raposa e as Uvas”, um sucesso e uma música ainda impagável.
“Garçom” (brega, 1987) – Reginaldo Rossi
É impossível achar uma música que esteja mais associada à profissão do que, justamente, “Garçom”, que a traz logo em seu título. Essa canção brega do repertório de Reginaldo Rossi se tornou praticamente um epíteto do cantor e é, certamente, o maior sucesso de sua carreira. Lançada em 1987, ela foi fundamental para a redescoberta de Reginaldo Rossi em 1998, quando obteve novamente espaço na mídia após um longo período de ostracismo. Em 2013, “Garçom” entrou para a trilha sonora da novela “Balacobaco”, da TV Record. A música mostra o garçom como principal confidente de um homem desiludido. “Garçom, aqui, nessa mesa de bar/ Você já cansou de escutar…”, canta Rossi.
“Na Hora do Adeus” (bolero, 1989) – Carlos Colla, Chico Roque e Matogrosso
Carlos Colla voltou a investir no romantismo derramado ao compor, com Chico Roque e Matogrosso, “Na Hora do Adeus”. A música foi lançada em 1989 por Reginaldo Rossi, no LP “Momentos de Amor”, e recebeu uma regravação da dupla formada por Matogrosso & Mathias, em 1991. Desde então, nunca mais parou de fazer sucesso, tanto que recebeu regravações de Agnaldo Timóteo, César Menotti & Fabiano, Leonardo, Eduardo Costa, Gusttavo Lima e outros.
“Taras e Manias” (balada, 1990) – Carlos Colla e Marcos Valle
“Bye, Bye, Tristeza” é um marco na carreira de Sandra de Sá, e foi lançada pela cantora em 1988. A música é fruto da parceria de Carlos Colla com Marcos Valle. Juntos, os dois também compuseram “Taras e Manias”, sucesso de Elymar Santos, que a lançou no LP “Missão Ato de Amor”, em 1990, e voltou a ela dois anos depois. Fátima Leão e Reginaldo Rossi a regravaram.
Matéria publicada originalmente no portal da Rádio Itatiaia, em 2022.