Mano Menezes e Renato Gaúcho amargam fracassos após vários títulos

*por Raphael Vidigal Aroeira

“O jovem só pode ser levado a sério quando fica velho” Nelson Rodrigues

Até outro dia, Mano Menezes e Renato Gaúcho eram os técnicos mais longevos do futebol brasileiro. Eliminado na semifinal pelo Grêmio de Renato que levou a Copa do Brasil de 2016, Mano prometeu que aprenderia a lição e cumpriu. Foi bicampeão do torneio em 2017 e 2018 à frente da Raposa, eliminando o próprio tricolor gaúcho.

Em 2017, Renato chegou ao ápice da carreira como treinador ao se sagrar campeão da Libertadores da América, garantindo ao Grêmio o tricampeonato da competição, e, de lambuja, faturou a Recopa em 2018. Badalados pelo mercado e adorados pela torcida, ambos rejeitaram ofertas financeiramente vantajosas de clubes para os quais foram contratados na sequência.

Decadência. Mano deixou o Cruzeiro depois de um retrospecto assustador de apenas uma vitória em 20 jogos, justamente um 3 a 0 sobre o rival Atlético na Copa do Brasil, que garantiu a ele uma sobrevida no cargo, mas que durou pouco. Ele foi para o Palmeiras e fracassou fragorosamente, sendo demitido após três meses, algo raro na trajetória do técnico que se acostumou a longos trabalhos no Corinthians, no Grêmio e no próprio Cruzeiro.

A constatação de que a fórmula de Mano se esgotara se deu com a passagem igualmente decepcionante pelo Bahia, recém rebaixado à série B em 2021, e que lutou contra o descenso até a penúltima rodada em 2020. Já quando deixou o Cruzeiro – por iniciativa própria, diga-se de passagem, embora em acordo com a diretoria – o clube estava na bica do primeiro rebaixamento da sua história, que iria se confirmar nas rodadas seguintes. Começava ali, para a Raposa, um longo ostracismo.

Decepção. Renato também só acertou com o Flamengo, que o cortejava há tempos, após ser demitido do Grêmio em razão de péssimos resultados que culminaram com a eliminação na terceira fase da Libertadores. Era um nome aventado até para a Seleção Brasileira quando foi anunciado pelo Flamengo, então bicampeão brasileiro, e teve um início arrasador com goleadas seguidas.

O que aconteceu com o Flamengo, que, tendo em vista a potência do elenco disputou todos os títulos, embora tenha terminado a temporada de mãos vazias, talvez seja menos revelador do momento na carreira de Renato do que o rebaixamento do Grêmio. Parece mais do que coincidência, apesar de as circunstâncias serem absolutamente distintas, que Cruzeiro e Grêmio, colocados ao lado de Flamengo e Palmeiras como postulantes às principais taças entre 2017 e 2019, tenham decaído a ponto de serem rebaixados após as longas e vitoriosas passagens de Renato e Mano. Em 2022, Cruzeiro e Grêmio têm um encontro marcado na série B. Renato e Mano estão sem clube.

Matéria publicada originalmente no portal da Rádio Itatiaia, em 2021.

Compartilhe

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Email

Comentários pelo Facebook

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Recebas as notícias da Esquina Musical direto no e-mail.

Preencha seu e-mail:

Publicidade

Quem sou eu


Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

Categorias

Já Curtiu ?

Siga no Instagram

Amor de morte entre duas vidas

Publicidade

[xyz-ips snippet="facecometarios"]