Análise: Ícone da música negra Billy Paul falou com afeto aos corações

“tudo o que é amor suave e sentimento
e pejo pintarei de rosa e negro:” Jorge de Lima

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Quase quarenta anos depois do sucesso de “Me & Mrs. Jones”, Amy Winehouse deu a sua versão dos fatos. Inspirada pela canção trocou o gênero de senhora para senhor e, como sempre autobiográfica, desabafou sobre as desventuras e cicatrizes de sua vida amorosa. Além do título similar, o suingue e a influência da música negra marcam as duas canções. Porém, a diferença se mostra mais forte na audição. Billy Paul, intérprete do sucesso de 1972 envereda pela seara romântica e oferece um canto sutil e suave à trama, enquanto Amy não nega suas raízes blues e derrama roucamente toda a voz.

Natural da Filadélfia, Billy Paul foi um artista de marcas peculiares e uma gama variada de influências. Foi, ao longo da carreira, associado a mais de um estilo, desde o pop mais convencional até a música psicodélica e eletrônica, sem nunca abandonar o funk e o soul que são, em última análise, principalmente no continente norte-americano, raízes da cultura negra. Embora vencedor do prêmio Grammy, o músico não pode ser descrito como um desses artistas “arrasa quarteirão”, porém como um dos que, após período de exagerado apelo popular, manteve um público fiel e íntimo. Provavelmente por manter intacta a sua principal característica, de falar com afeto para os corações.

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Raphael Vidigal

Fotos: Divulgação e Arquivo.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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