Elza Soares foi às lágrimas ao gravar uma música de Itamar Assumpção

*por Raphael Vidigal Aroeira

“Desde que me entendo por gente
Eu sambo, eu faço o que gosto
My soul is black, meu sangue é quente
Eu quando gosto, me enrosco” Itamar Assumpção

Itamar Assumpção (1949-2003) já havia morrido quando Elza Soares colocou voz na música que ele dedicou a ela. A faixa “Elza Soares” foi gravada pela intérprete como parte da “Caixa Preta”, que reuniu os CDs inéditos “Pretobrás II e III”, completando a trilogia iniciada por Itamar com “Petrobrás I – Por Que Eu Não Pensei Nisso Antes?”, que se tornou o último disco de sua trajetória, lançado em 1998. Na época, Itamar já lutava contra um câncer de intestino que o matou em 2003, aos 53 anos.

A ideia de retomar a trilogia idealizada por Itamar veio da filha, Serena, que produziu os trabalhos, com subtítulos sagazes como “Maldito Vírgula” e “Devia Ser Proibido”. Um time de peso foi chamado para participar, dentre eles Ney Matogrosso, Arnaldo Antunes, Seu Jorge, BNegão, Thalma de Freitas, Marcelo Jeneci e Edgard Scandurra. A faixa de Elza, no entanto, soa especial, justamente pela emoção incontida da intérprete.

Elza inicia a faixa com os seus habituais vocalizes graves – que ela desenvolveu na ânsia de imitar o canto da cigarra e os sons metálicos da lata d’água que carregava sobre a cabeça, quando era ainda uma criança, no morro carioca onde morava. Logo, a tenacidade da letra de Itamar, agregada à beleza do arranjo, se encarregam de tornar a faixa um verdadeiro petardo sonoro-emocional. Elza não contém as lágrimas ao fim da gravação, e admite estar chorando, sendo amparada e aplaudida pelos presentes no estúdio. O disco está disponível atualmente em todas as plataformas digitais.

Matéria publicada originalmente no portal da Rádio Itatiaia, em 2022.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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