Relembre os grandes sucessos de Peninha, de Caetano Veloso a Fábio Jr.

*por Raphael Vidigal Aroeira

“Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo me absorvendo
E de repente eu me vi assim, completamente seu” Peninha

Aroldo Alves Sobrinho só é reconhecido quando chamado pelo nome que o consagrou na música brasileira. Cantor popular, compositor e instrumentista, Peninha nasceu em São Paulo, no dia 17 de fevereiro de 1953, e começou a carreira artística em 1972, com apenas 19 anos, quando gravou o seu primeiro compacto. O primeiro sucesso nacional veio em 1977, quando a música “Sonhos”, de Peninha, foi incluída na novela “Sem Lenço, Sem Documento”, da Rede Globo. “Sozinho”, outro hit, também foi alavancada ao entrar para a trilha de “Suave Veneno”. Ambas foram regravadas por Caetano Veloso em seguida.

“Alma Gêmea” (balada, 1994) – Peninha
Há 45 anos na carreira artística, Fábio Jr. admite não ser “ligado em internet”. “Sei da importância, tenho uma equipe que cuida das minhas redes sociais e, de vez em quando, dou uma aparecida”, confessa. Nesse caminho, Fábio viveu episódios inusitados. Começou cantando, em 1975, com o nome de Mark Davis. O episódio foi abordado na série “A História Secreta da Música Pop” (2019), de André Barcinski. “Naquela época, fazia sucesso quem era ‘gringo’. Eu não falava uma palavra em inglês, então evitava dar entrevistas. As músicas eram compostas com palavras que rimavam, tipo ‘forever’ com ‘together’, e por aí vai”, diverte-se. Em 1994, ele lançou um dos maiores hits de sua carreira, já com o verdadeiro nome. “Alma Gêmea”, de Peninha, estourou.

“Sozinho” (balada, 1997) – Peninha
Caetano Veloso escutou “Sozinho” pelo rádio, na voz de Sandra de Sá, e decidiu colocar a música em seu próximo show, especialmente depois de descobrir que o compositor era Peninha, de quem ele já havia gravado “Sonhos”, com enorme sucesso, em 1982. Por pouco Caetano não desistiu de gravar “Sozinho” depois de ouvir a versão de Tim Maia, que ele definiu como “arrasadora”. Por sorte do público, Caetano gravou a música em 1999, no álbum “Prenda Minha”, e ela entrou para a novela “Suave Veneno”. Antes, já havia rendido a Peninha o Prêmio Sharp, pela melhor canção do ano de 1997.

“Adoro Amar Você” (balada, 1998) – Peninha e Elias Muniz
Na esteira do sucesso de “Sozinho” nas rádios, Peninha emplacou outra balada no topo da parada. No ano seguinte, em 1998, o cantor sertanejo Daniel lançou “Adoro Amar Você”, parceria de Peninha e Elias Muniz. A música angariou regravações de Peninha, Alexandre Pires, Sula Miranda e mereceu até uma versão em espanhol feita para o mercado latino-americano. “Adoro Amar Você” grudou na cabeça dos ouvintes com sua mistura de apelo e delicadeza afetiva.

“Matemática” (balada, 1999) – Peninha
A música “Matemática”, lançada por Peninha em 1999, é um exemplo bem-acabado do melhor do estilo brega na música brasileira, com suas frases feitas, clichês desavergonhados e comparações impagáveis. “Você ama matemática, eu adoro português/ Me arrependo do que fiz, e você, do que não fez/ Eu preciso de silêncio, e você, de multidão”. A conotação sexual também não escapa ilesa, como comprova o verso: “Eu, igual a você, não tenho pressa/ Também acho bom à beça/ Fazer carinho debaixo do cobertor”. A música mereceu uma regravação do cantor Daniel, em 2008, reavivando seu sucesso.

Matéria publicada originalmente no portal da Rádio Itatiaia, em 2021.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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