50 anos de Ed Motta: Relembre polêmicas do sobrinho de Tim Maia

*por Raphael Vidigal Aroeira

“uma história oculta do desejo irrefreável, imprevisível e explosivo pela emancipação, que sempre pode irromper de novo.” James Ingram

Ed Motta se definia como “um velho de 50”, quando, aos 18 anos, se casou com uma mulher que tinha bem mais idade do que ele. Agora, o sobrinho de Tim Maia chega, de fato, à casa dos cinquentenários, com um rol de polêmicas que só não faz inveja a nomes como Lobão e Karol Conká na música brasileira.

Carioca, Ed estreou na carreira em 1988 em álbum com a banda Conexão Japeri, que trazia “Manuel” e “Vamos Dançar”, dois dos maiores sucessos da sua carreira. Foi exatamente “Manuel” que Ed afirmou que se recusaria a cantar, em uma de suas postagens que mais despertaram polêmica nas redes.

“Esse não é um show para matar a saudade do Brasil, esse é um show internacional. Preciso me comunicar de forma que todos compreendam, o inglês é a língua universal, então pelo amor de Deus, não venha com um grupo de brasuca berrando ‘Manuel’ porque não tem, e muito menos gritar ‘fala português Ed’… O mundo inteiro fala inglês, não é possível que o imigrante brasileiro não saiba um básico de inglês”, escreveu no Facebook em 2015, ao anunciar uma turnê pela Europa para divulgar o disco “AOR”.

“Verdade seja dita, que meu público brasileiro de verdade na Europa, é um pessoal mais culto, informado, essas pessoas nunca gritaram nada, o negócio é que vai uma turma mais simplória que nunca me acompanhou no Brasil, público de sertanejo, axé, pagode, que vem beber cerveja barata com camiseta apertada tipo jogador de futebol, com aquele relógio branco, e começa gritar nome de time”, desancou, gerando reações indignadas e comentários ofensivos que ele respondeu aumentado a dose de despautérios.

Pouco depois, Ed se disse arrependido ao passar um perrengue financeiro, fruto de um possível boicote originado pelo episódio. Não era a primeira vez que o cantor se envolvia em arranca-rabos públicos. Na mesma rede social, ele teceu uma série de críticas a nomes consagrados da MPB, como Caetano Veloso, Paula Toller e Daniela Mercury. Chamou Caetano de “puxa-saco corporativista” e que os nordestinos sofriam de “coitadismo”. Quando Ivete Sangalo e Criolo anunciaram a turnê para homenagear Tim Maia, Ed Motta disse que sentiu “vontade de vomitar”.

Apesar dos pesares, além das polêmicas, Ed também colecionou alguns sucessos. “Colombina” e “Fora da Lei”, músicas em parceria com Rita Lee, são as mais tocadas do cantor, segundo levantamento do Ecad. Nas Minas Gerais, ele uniu seu talento escondido – e muitas vezes indomável – ao do compositor Flávio Henrique, ao interpretar no disco “Livramento: Flávio Henrique e Chico Amaral” (2002), a belíssima balada “Hotel Maravilhoso”. Clássico para poucos.

Publicado originalmente no portal da Rádio Itatiaia, em 2021.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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