Lula e Dilma Rousseff representam a retomada da democracia brasileira

*por Raphael Vidigal

“A História é o campo do nunca mais. A Poesia é o campo da ressurreição.” Rubem Alves

Não há dúvidas de que a principal conquista da eleição de Lula, em 2022, foi assegurar a retomada da democracia brasileira, abalada desde a deposição da ex-presidente Dilma Rousseff. Agora, sete anos depois, a primeira e, até hoje, única mulher a governar o Brasil assume a presidência do Banco dos BRICS, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, algumas das maiores potenciais mundiais, com direito à presença daquela que se insinua como a próxima dominante do cenário econômico. Não por acaso a sede do banco fica em Xangai, na China, onde aconteceu a posse. A retomada dessa democracia liderada por Lula passa pela superação da fome e por garantir moradia, saúde, educação e segurança de qualidade a seu povo.

Conciliador por natureza, Lula jamais abandonou sua pupila, numa prova de que mantém seus princípios a despeito de eventuais negociações, que fazem parte do mundo político. Enquanto Dilma é recebida com pompa e circunstância no gigantesco país asiático que avança com mais velocidade no mundo, seus algozes ocupam posições marginais, e sequer merecem menção. O retorno de Lula e Dilma ao lugar de direito marca uma retomada não só histórica, pois essas correções já vinham sendo feitas, inclusive através de veículos de comunicação que, com o eventual atraso, compreenderam ou foram impelidos pelos fatos a admitirem a gravidade das injustiças perpetradas pela finada operação Lava-Jato e pelo viciado impeachment que depôs Dilma…

Mas, no momento em que essa retomada ocorre no plano institucional, ela adiciona uma nova camada à reparação histórica, com resultados imediatos que atingem toda a população contemporânea, e não apenas aquela que teria acesso aos livros de história. A eleição de Lula pela terceira vez à Presidência da República teve, entre outros méritos, o papel didático de esclarecer que não se pode anular ou impedir uma vertente política de ser competitiva eleitoralmente através de artimanhas jurídicas e, muito menos, crimes que corrompem o sistema político, com artifícios que compõe o famigerado lawfare. Do mesmo modo, a recolocação de Dilma em um posto de presidência, quanto mais se tratando do Banco em questão, ilumina-a com a devida luz da gestora.

Dilma foi apeada do poder antes mesmo de chegar à metade de seu segundo mandato, para o qual havia sido reeleita numa disputa apertada que prenunciou a polarização gestada pela destruição da política que um juiz condenado por parcialidade e seus comparsas levaram a cabo. Sabotada por gente da pior espécie, Dilma não recuou sequer uma casa nesse jogo de xadrez, mantendo a cabeça erguida com a mesma dignidade que encarou os torturadores da ditadura militar, ao passo em que estes, com a habitual covardia, escondiam os rostos nas mãos manchadas pelo sangue alheio. É essa dignidade, essa hombridade, esta fidelidade aos princípios que Lula e Dilma exibem em cada foto que, mais do que eles, refletem nossa democracia.

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação.

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Raphael Vidigal

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atua como jornalista, letrista e escritor

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